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Dependentes de celular

ATUALIZAÇÃO
19 de setembro de 2018

Reportagem Local
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A dependência do celular - também chamada de nomofobia (medo de ficar sem mobilidade) - está chegando a outro nível entre os brasileiros. Estudos recentes realizados por empresas de tecnologia mostram que os usuários de smartphones preferem passar por situações desagradáveis ou constrangedoras a ficarem sem o dispositivo; ou que mantêm o aparelho por perto mesmo em situações pouco convencionais, como no banheiro.

Em levantamento da Kaspersky Lab, mais de 20% dos entrevistados afirmaram que prefeririam ser flagrados nus em público do que não ter seus dispositivos conectados com eles. Afirmaram ainda que a perda de um smartphone ou tablet pode ser mais estressante do que outras situações traumáticas. Quase a totalidade dos brasileiros (91%) disseram que ficariam tensos se tivessem seus dispositivos perdidos ou roubados, mais que se perdessem um trem/avião (86%), sofressem um pequeno acidente de carro (85%) ou ficassem doentes (84%).

Mais do que isso, as pessoas se mostraram dispostas a correr riscos e até sofrer anos pessoais para se manter conectadas. Por exemplo, cerca de 24% já olharam para a tela do celular ao atravessar a rua, e 22% deles enquanto andavam em uma região desconhecida/perigosa.

Além disso, cerca de 28% disseram que se sentem nus quando não estão com seu dispositivo conectado. Para comprovar esse fato, a Kaspersky Lab realizou um experimento recente em que um voluntário nu e indefeso tinha a tarefa de tentar localizar suas roupas em uma cidade desconhecida sem usar o celular e todas as vantagens que ele oferece. Conforme o estudo e esse experimento social demonstraram, estar sem um dispositivo conectado é o mesmo que estar sem roupas.

O estudo mostrou ainda que os brasileiros já consideram que a conexão é um item básico: cerca de 23% diz que estar conectado é tão importante quanto ter acesso fácil a água, comida e abrigo.

"A conectividade rapidamente tornou-se um elemento básico da vida moderna e, para alguns, uma necessidade absoluta. Nosso desejo de estar on-line o tempo todo e as coisas que estamos dispostos a fazer para garantir essa conexão digital mostram como os dispositivos conectados são importantes para nós", diz Dmitry Aleshin, vice-presidente de marketing de produtos da Kaspersky Lab, por meio da assessoria de imprensa.

"Porém, com a conectividade se expandindo em todos os aspectos de nossas vidas, não podemos ignorar a questão da segurança, que deve estar presente independentemente do que você está fazendo e de onde está. Os usuários precisam garantir que sua conexão seja sempre segura, em qualquer situação", reforça.



TELEDEPENDENTES
Outra pesquisa, da Motorola, mostrou que 40% dos brasileiros são dependentes do smartphone. A fabricante de dispositivos móveis chegou a essa conclusão após 20 mil pessoas responderem a cinco perguntas, capazes de traçar o perfil usuário de cada um. Mais de 40% se enquadraram no perfil teledependente, aquele que nunca deixa de utilizar o telefone, fica no celular de manhã, antes de dormir, sempre que pode, e se pega olhando para o aparelho só pelo fato de ele estar lá.

Por outro lado, 32% se enquadraram no perfil teleconsciente, ou seja, alcançaram um estado de equilíbrio no uso do smartphone. Apenas 5,56% se enquadraram no perfil telesapien, que usa o telefone apenas para o básico, como ver a hora e fazer ligações e não gosta nem de enviar mensagens de texto. Existe, ainda, uma parcela pequena (1,5%) que é considerada telefanática: nunca fica sem telefone e sente-se vulnerável e estressada sem ele.

Entre as respostas a algumas das perguntas, 27,7% disseram que mantêm o smartphone ao seu alcance durante as 24 horas do dia; 36,8% deixam o celular virado com a tela para cima na mesa, durante o jantar; 30,2% disseram que é 100% provável que levem o aparelho consigo ao usar o banheiro; 76% checam o dispositivo antes de sair da cama; e 44,77% responderam que é provável que olhem o celular quando seus amigos o fazem; mas 41% ignoram quando chega uma mensagem, se estão conversando com alguém.

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