Uma pesquisa realizada com 8,5 mil internautas, inclusive de Londrina, mostrou que quase 40% afirma já ter sido vítima de algum crime na internet. O questionário foi aplicado pelo projeto Segurança na Rede, do advogado Fernando Peres, especializado em Direito Digital. Dos respondentes, 17,2% são de Londrina e Região.

Imagem ilustrativa da imagem Internautas desconhecem procedimentos em casos de crimes na internet
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Ataque à honra (48%), estelionato (29%) e ameaça (22%) foram os crimes mais relatados. No entanto, 77% disse não ter saber como proceder em situações como essas.

Para Fernando Peres, o número é preocupante, já que as providências tomadas logo após o crime podem ser cruciais para a proteção da vítima e resolução dos casos (leia mais no final da matéria). “As medidas que são tomadas logo após a ocorrência do crime cibernéticos são extremamente importantes para a proteção da vítima, inclusive para o desenvolvimento de uma investigação policial e uma ação judicial. Essas medidas devem ser tomadas em caráter emergencial”, enfatiza o advogado.

Por isso, na sua visão, se fazem necessárias de forma urgente medidas de disseminação de informações sobre segurança digital nos mais diferentes ambientes – familiar, educacional, profissional. “As iniciativas que existem são privadas. Não temos políticas públicas, programas públicos de segurança digital, nada centralizado. Os dados (da pesquisa) demonstram o quanto estamos vulneráveis tanto tecnicamente quanto no conhecimento.”

Na pesquisa, quase 90% dos entrevistados também disse não acreditar estar totalmente protegido ao acessar a internet. Apesar de demonstrar a insegurança que os internautas sentem ao fazer uso do ambiente virtual, o dado pode ser considerado positivo, já que muitos criminosos se aproveitam da despreocupação dos usuários da internet para realizar ataques, destaca Peres.

Em caso de um ataque cibernético, a recomendação é preservar todas as provas possíveis como, por exemplo, print screen do conteúdo ofensivo completo, registrar uma ata notarial em cartório (se houver tempo hábil), salvando as imagens e textos eventualmente ilícitos. É muito importante identificar, nas provas que foram produzidas, um meio inequívoco de localização do conteúdo, como por exemplo, o link da página ou publicação, a data e hora que foram criados, etc.

Logo após reunir as provas, se há um conteúdo ofensivo que ainda está disponível para visualização, entre em contato com o provedor responsável para que este desenvolva as ações necessárias para a sua remoção. É possível registrar um Boletim de Ocorrência na Polícia. Além disso, procurar o auxílio de um advogado é importante para que possam ser analisadas todas as medidas que podem ser tomadas, sejam criminais ou cíveis. O boletim de ocorrência pode ser feito, na polícia, na companhia de um advogado também.