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Fiori Luiz 5m de leitura

Provocações juvenis

ATUALIZAÇÃO
01 de novembro de 2019

LUIZ GUSTAVO ANDRADE
AUTOR

Provocações juvenis

Por falar em Ato 5, uma provocação juvenil, dá para lembrar que o deputado-jornalista Marcio Moreira Alves, em 1968, fez um discurso sugerindo que as moçoilas na entrega das espadas e solenidades do gênero nas academias militares não dançassem com os jovens oficiais. A infantilidade foi respondida com um pedido de cassação do parlamentar que a Câmara não acatou: aí nasceu o celebrado Ato 5. Sobretudo falta de senso de humor.

O sarro foi replicado com violência institucional. Agora – e é claro que não dá para comparar um talento como o de Moreira Alves com a agressividade tosca de Eduardo Bolsonaro - mas a analogia procede já que naquele episódio como nesse sobra falta de humor. Temerário foi Marcito com algo que parecia vir da esquerda festiva, e pior ainda foi a pregação de agora, radical e grosseira, pleiteando o retorno do Ato como se pede, neste governo, a consideração de um torturador, enquadrado por seus atos, como herói nacional.

O presidente Jair desautorizou o filho em semelhante sandice, mas todos os três, mais o pai, agem nessa linha nas redes sociais sem que se procure contê-los, pois os que tentam fazê-lo acabam vistos como inimigos, traidores da pátria. Como se dava com as cenas que cercavam Hamlet, o príncipe atormentado, é de concluir-se que há muito método nessa loucura.

Manobras

O ministro Paulo Guedes está para lançar seu pacote salvacionista e a cada momento se conhece um dos capítulos dessa mediação. O de agora é abater R$ 220 bilhões da dívida pública com o dinheiro subutilizado ou parado em fundos. A ideia é captar essa grana diretamente ao abatimento da dívida pública. Essa, ainda em trajetória de alta, ultrapassou este ano R$ 4 trilhões, e o montante aludido equivaleria a 5%. O argumento mais forte é que verbas, destinadas a áreas específicas, estariam subutilizadas e com isso amarrando o orçamento. A medida vem no dia 5 junto com o pacto federativo e o desafogo de amarras orçamentárias.

Sufoco municipal

Pesquisa da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) apurou que 35% das cidades do país não contam com recursos próprios para atender sua estrutura administrativa e que 75% delas se encontram em situação adversa ou até explosiva na questão fiscal. Dentre as capitais a de Salvador (bom tempo atendida por Mauro Ricardo, hoje em São Paulo e que foi secretário de Beto Richa) aparece em primeiro no ranking, seguida de Rio Branco, Manaus, Fortaleza, Vitória e Curitiba em sexto.

Sarampo

No Paraná há 273 casos confirmados de sarampo, 42 deles somente na última semana. Em Londrina foi confirmado o quinto caso não autóctone, como três outros com o fato de terem contraído a doença em Maringá. Em Curitiba 199 mais 59 na região metropolitana.

Ainda o busão

A prefeitura de Londrina se empenha para obter o aval da Câmara Municipal em favor da prorrogação do contrato do transporte coletivo antes de ser consumada a licitação do serviço.

E há reação na Câmara da parte dos que desejam solução definitiva sem meia boca para um setor tão estratégico para a vida da cidade. Há receio de insegurança jurídica como no ano passado quando o Tribunal de Contas suspendeu o edital de concorrência a pedido da TCGL

Tudo incerto

Esperava-se para esses dias um informe do presidente da República sobre o navio causador do acidente que atingiu as praias do Nordeste. A última indicação é de que seria uma embarcação grega que estacionara para carga na Venezuela, conforme rastreamentos da Marinha. As coisas não estão claras conquanto se admita que esteja em redução, o que parece mais esperança do que um fato concreto. O pior é a constatação de que o governo não convocou os técnicos do Ibama especializados em óleo. O mais grave é o fato de que o setor de licenciamento ambiental tem know how em planos de emergência.

Menino perde

Estudo do Unicef e Instituto Claro indica que meninos têm 64% de chance maior de repetir o ano do que menina no Brasil: somente no ano passado 912 mil estudantes abandonaram a escola numa ciclópica evasão, 2,5 milhões foram reprovados. Há, para melhor dimensionar a tragédia, 2 milhões de crianças fora da escola, segundo o IBGE.

Cocaína

Cresce de ano para ano a apreensão de cocaína no porto de Paranaguá: ela saltou de 5 toneladas para 13, o que indica que não se tem uma dimensão exata do problema, já que tanta carga apanhada indica que vale a pena o risco por parte dos piratas e que por isso mesmo é incalculável a proporção dessa anomalia.

Folclore

É histórica a presença de Vila Lobos durante quase dois anos em Paranaguá e que foi lá em 1908 que ele fez a sua primeira apresentação no Teatro Santa Celina. Meu avô materno, Randolfo Veiga, deu-lhe atenção e o primeiro emprego. Aí fui olhar no programa do concerto e vi que um dos violinistas, Gustavo Milício, era avô de um genro e bisavô de um dos meus netos com nome igual.

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