| |

NESTA QUINTA 5m de leitura

Projeto da GM nas escolas pode ter implantação de horas extras

Vereadora diz que grupo de guardas pede pagamento de adicional para agentes que quiserem atuar nas unidades de ensino em períodos de folga

ATUALIZAÇÃO
21 de junho de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Projeto da GM nas escolas pode ter implantação de horas extras

Embora aprovado a toque de caixa em deliberação que só terminou por volta das 4h de quarta-feira (21), o projeto de lei 76/2023 – que determina a presença de ao menos um guarda municipal em todas as escolas e centros de educação infantil diretamente administrados pela Prefeitura de Londrina – deve ter novos desdobramentos na sessão desta quinta-feira (22), quando será colocado em segunda discussão.

A versão votada por unanimidade pela Câmara Municipal de Londrina (CML) é a do substitutivo 1, encampado inicialmente por parlamentares alinhados à gestão de Marcelo Belinati (PP), mas que, ao todo, recebeu 13 assinaturas. A matéria, no entanto, pode ter alterações, já que Mara Boca Aberta (Pros), uma das autoras da versão original e de atuação oposicionista ao Executivo, adiantou à FOLHA que deve propor uma emenda ao texto original.

A vereadora afirmou ter sido procurada por agentes da Guarda Municipal (GM) e, segundo ela, “a grande maioria” pede o pagamento de horas extras de 6 ou 12 horas para os profissionais que estejam dispostos a atuar nas unidades educacionais fora do horário regular de expediente da corporação.

Ao mesmo tempo, em parecer emitido ainda nas primeiras etapas de tramitação da matéria, a Assessoria Jurídica do Legislativo havia apontado inconstitucionalidade na proposta por ela não apontar de onde viriam os recursos necessários para bancar a ação – isso porque, naquele momento, também estava prevista a contratação de vigilância particular caso a GM não pudesse se fazer presente (ponto que não seguiu adiante no substitutivo).

Base acredita em sanção

Acionada, a prefeitura informou por meio do Núcleo de Comunicação que só vai se manifestar sobre o tema caso o projeto seja aprovado e sancionado. A tramitação até se tornar lei, todavia, já é vista praticamente como certa por alguns integrantes do Legislativo mais alinhados a Belinati. De acordo com Professora Flávia Cabral (PTB), uma das principais articuladoras do “resgate” do 76/2023, está em andamento um “plano de ação” para colocar a iniciativa em prática.

“Essa semana a Comissão de Educação [presidida por Cabral] esteve com a secretária de Educação [Maria Tereza Paschoal] e o secretário de Defesa Social [Pedro Ramos] conversando as possibilidades. A partir dali foi nos passado que eles estão estabelecendo um plano de ação. Eles vão fazer a forma de acontecer. Por exemplo, nós já tivemos um concurso público, já tem um grupo de profissionais em treinamento. A forma, a aplicação disso vai ficar nas mãos da Defesa Social”, detalhou a parlamentar.

Urgência havia sido rejeitada

Apesar de classificar como uma “vitória” a votação em regime de urgência do PL, Mara Boca Aberta lembrou que, no início de maio, esse mesmo formato de deliberação mais acelerado acabou derrubado pelo plenário – na ocasião, foram 8 votos favoráveis e 10 contrários.

“Eu tenho certeza de que nós deveríamos ter aprovado o requerimento [de urgência], porque hoje já poderíamos estar mais tranquilos. Através de um grande apelo popular [nos últimos dias], muitos vereadores mudaram de ideia a respeito do projeto e mudaram o direcionamento na questão da urgência”, comentou.

“É necessário que a gente dialogue com o Executivo, essa tratativa deveria, talvez, ter sido um pouco mais aprofundada”, disse Flávia Cabral quando perguntada sobre o que mudou entre a rejeição em maio e a aprovação em junho. “Estamos falando de uma parte do problema. Isso é para dar tranquilidade e maior segurança às famílias. Precisamos também ter as equipes multidisciplinares nas escolas”, acrescentou ela. O projeto ressurge em meio à comoção popular pelo ataque a uma escola estadual de Cambé que provocou a morte de um casal de alunos de 16 e 17 anos.  

Esse conteúdo é restrito para assinantes...
Faça seu login clicando aqui.
Assine clicando aqui.

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS