A CP (Comissão Processante) da CML (Câmara Municipal de Londrina) que apura denúncia contra a vereadora Mara Boca Aberta (Podemos) terá novos capítulos nesta segunda-feira (29). Está marcada para as 9h uma audiência de instrução para ouvir, além da parlamentar, as duas últimas testemunhas indicadas por ela - sendo uma delas o ex-deputado estadual Matheus Petriv, o Boca Aberta Jr.

Passado o período em que a parlamentar estava afastada da CML por questões médicas, a CP retomou os trabalhos na última sexta-feira (26). Na ocasião, o advogado que atuou na prestação de contas eleitorais de Mara foi ouvido.

“Os advogados da vereadora Mara Boca Aberta solicitaram que as últimas duas testemunhas que eles querem arrolar no procedimento sejam ouvidas na segunda-feira de manhã, às 9 horas, junto com a oitiva da própria vereadora. A vereadora Mara Boca Aberta será ouvida posteriormente à oitiva dessas testemunhas”, explicou o vereador Santão (PL), que preside a CP.

"Seguindo os trâmites na segunda-feira, serão ouvidas duas testemunhas e a vereadora. Na noite de sexta, foi ouvido o advogado que atuou na campanha da Vereadora. Ele esclareceu que as acusações já foram debatidas na Justiça Eleitoral, ocasião na qual se comprovou a regularidade da campanha de Emerson Petriv, o Boca Aberta, e da utilização dos recursos de campanha, reafirmando novamente a inocência da vereadora Mara Boca Aberta", afirmou a defesa da parlamentar à reportagem.

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A DENÚNCIA

A denúncia nº 1/2023, contra Mara Boca Aberta, foi apresentada pela Mesa Executiva da Câmara e teve a admissibilidade aprovada pelo plenário da CML no dia 29 de fevereiro. A denúncia teve origem em uma representação protocolada no Legislativo pelo advogado João Miguel Fernandes Filho (Representação nº 2/2023).

Segundo ele, nas eleições de 2022, a vereadora Mara Boca Aberta, então candidata a deputada federal, teria utilizado recursos públicos eleitorais para uma suposta campanha de seu companheiro, Emerson Miguel Petriv, o Boca Aberta, ao Senado, embora ele não fosse candidato, assim como teria supostamente beneficiado com recursos públicos um assessor de seu próprio gabinete.

A DEFESA

De acordo com a defesa de Mara Boca Aberta, o apoio à candidatura de seu companheiro foi respaldado por decisão do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), que teria permitido os atos de campanha enquanto o registro de candidatura de Emerson Petriv estava sendo questionado judicialmente.

Além disso, a defesa alega que os recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha não foram utilizados em nenhum material relacionado a Emerson Petriv, apenas em materiais de campanha conjunta de Mara Boca Aberta e Matheus Petriv, seu filho, então candidato a deputado estadual. Sobre o suposto favorecimento de assessor, a defesa alega que o repasse foi feito de acordo com a legislação eleitoral e que a contratação ocorreu após o término do pleito eleitoral, não havendo conflito de interesses.

Até então, apenas uma das testemunhas - um ex-assessor de Mara - havia dado depoimento na comissão, na audiência realizada no dia 15 de abril. No mesmo dia, o autor da representação contra a vereadora também falou na CP.

A audiência marcada para o dia 16 de abril foi cancelada a pedido da parlamentar e, no dia 17, ela foi internada com um quadro de “cólica renal por cálculo urinário obstrutivo”, conforme confirmou sua defesa à FOLHA. A comissão chegou a marcar audiências para os dias 18, 19 e 22 de abril, mas uma decisão liminar da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina determinou a suspensão das oitivas até a alta médica da vereadora. (Com assessoria da CML).