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IMPASSE EM DOAÇÕES 5m de leitura

Belinati tenta consenso com MP para transferir terrenos a empresas

Prefeito e secretários começaram tratativas com promotor do Gepatria em busca de “pacificação jurídica” em repasses de áreas públicas

ATUALIZAÇÃO
30 de agosto de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Belinati tenta consenso com MP para transferir terrenos a empresas

Após vetar dois projetos de lei de doação de terrenos a empresas em Londrina por conta de uma recomendação administrativa expedida pelo promotor de justiça Renato de Lima Castro, o prefeito Marcelo Belinati (PP) e membros do primeiro escalão do Executivo local decidiram abrir tratativas com o próprio representante do Ministério Público do Paraná (MP-PR) a fim de tentar uma solução de consenso para a questão.

Já houve diálogo com Belinati na última segunda-feira (28), segundo Lima Castro. “O que se enfatizou é que se pretende a criação de critérios mais objetivos, que possibilitem a efetiva salvaguarda dos interesses da sociedade londrinense no sentido de proteger, a um só tempo, a criação de empregos, o fomento da atividade industrial, mas também o patrimônio público do município”, afirmou o membro do MP. Ele integra a unidade de Londrina do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria).

Procurado pela FOLHA nesta quarta-feira (30), o procurador-geral da prefeitura – e secretário de Governo de Belinati –, João Luiz Esteves, confirmou o contato entre representantes da gestão e o promotor, mas, para ele, “ainda é cedo” para dizer qual caminho será seguido para resolver o impasse que começou no início do agosto, quando foi enviada a recomendação ao prefeito e à Câmara Municipal de Londrina (CML).

Uma das saídas pode ser o firmamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas, tanto no MP quanto na prefeitura, por ora não há informações oficiais se a alternativa de fato será essa. “Existe um diálogo entre a Prefeitura e o Ministério Público que está sendo muito bom no sentido de haver esclarecimentos que podem levar a uma posição de consenso, mas ainda é prematuro qualquer definição que possa ser dada nesse momento”, comentou Esteves.

Além dos dois textos vetados – que ainda precisam voltar ao plenário do Legislativo para votação até 26 de setembro –, outros seis listados no despacho do MP estavam em tramitação na CML – e foram temporariamente suspensos pelo líder do prefeito, Eduardo Tominaga (PSD), até 8 de setembro. Os oito empresários beneficiados com as doações também receberam recomendação administrativa de Lima Castro.

O promotor entende que, em vez de doação, a Prefeitura, que é autora de todas as propostas, deveria ter adotado o modelo de concessão de direito real de uso, já que esse instrumento permitiria que empresas disputassem o imóvel público em igualdade de concorrência.

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