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Opinião 5m de leitura

OPINIÃO DO LEITOR - O vergonhoso fundo eleitoral

ATUALIZAÇÃO
27 de dezembro de 2021

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Aprovado pelo Congresso e promulgado pelo presidente Jair Bolsonaro, o fundo eleitoral vai colocar à disposição dos políticos, para o pleito de 2022, um montante de 4,93 bilhões de reais. Além disso, os partidos vão receber o fundo partidário, que é pago anualmente, no valor de 1,03 bilhão.

Um escárnio e uma afronta aos 19 milhões de brasileiros que atualmente passam fome, aos 14 milhões de desempregados, ao doloroso empobrecimento da população e ao recrudescimento da miséria. Esses bilhões serão postos à mesa das negociatas, onde se sentarão aqueles que se apresentam para o eleitorado convenientemente como adversários políticos, mas na hora de se refestelarem dessa dinheirama, cujo saque do erário foi autorizado por eles próprios, se juntam nas mais estranhas, espúrias e improváveis alianças.

Ver Alckmin abraçar Lula e Bolsonaro se juntar aos mesmos propósitos de Valdemar da Costa Neto, entre outros conchavos, é comprovar que a ética e a decência simplesmente desapareceram do meio político e que a nossa democracia está degenerada, corrompida e aprisionada pela corrupção. Um financiamento público eleitoral que em 2018 consumiu 1,7 bilhão de reais, em 2020, 2 bilhões e agora vai nos custar quase 5 bilhões exige rigorosa fiscalização do TSE; nada se justifica esse aumento absurdo.

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Na sua esperteza barata, Bolsonaro vetou o valor inicialmente proposto no orçamento e defendeu cifras menores para o custeio das eleições. Todavia, não promoveu o mínimo esforço sequer no sentido de demover seus aliados de aprovarem verbas astronômicas para a realização do pleito. Concordou implicitamente com esse verdadeiro assalto aos cofres públicos.

Como sempre, esses descalabros são votados de afogadilho, na hora final do encerramento do ano legislativo. Frise-se que os votos favoráveis de Eduardo e Flávio Bolsonaro, ao imoral fundo eleitoral, atestam o teatro encenado em torno de um veto presidencial "de araque".   

 Ludinei Picelli  (administrador de empresas) Londrina 

A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da FOLHA. 

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