Boletim divulgado pela secretaria municipal de Saúde nesta quinta-feira (25) mostra que, desde o início do ano, Londrina registrou 23 mortes pela doença, média de mais de cinco óbitos por mês. O número de casos confirmados também não para de crescer. Agora são 16.480, o que representa 12% a mais do que na semana passada. Em menos de quatro meses são 40.311 notificações.

No Paraná, desde o início do atual ciclo epidemiológico em julho de 2023, são 260.517 casos confirmados de dengue, com 171 mortes. A 17ª Regional de Saúde de Londrina é a quarta no Estado em quantidade de doentes, com 25.030 casos.

Há de se reconhecer o esforço contínuo e massivo para conscientizar da população no combate ao mosquito transmissor e outras investidas práticas para conter a epidemia. O passo mais simples é manter os quintais limpos, livres de lixo e de objetos que possam armazenar água e ajudar na proliferação do mosquito. Experiências com armadilhas e tecnologias para esterilização do Aedes aegypti também vêm sendo aplicadas. É o caso da tecnologia desenvolvida pela Fiocruz com o uso da bactéria Wolbachia. Londrina é uma das seis cidades do País a receber essa tecnologia.

Os wolbitos, como são chamados os mosquitos com a bactéria, devem começar a ser liberados em julho em alguns bairros de todas as regiões de Londrina. E o trabalho deverá se estender até julho de 2025.

A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 50% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos, no entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito age como agente do bem e impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução da transmissão dessas doenças.

Estudo realizado na Indonésia apontou uma redução de 77% dos casos de dengue nas áreas que receberam os wolbitos. No Brasil, o índice é de 69%.

Na cena final do filme Guerra dos Mundos, ficção científica de 2005, o narrador conta que os alienígenas que invadiram o nosso planeta foram derrotados por bactérias, as menores criaturas de Deus. Que a Wolbachia nos ajude a vencer o Aedes. Enquanto isso, sigamos com a prevenção e com a vacina.

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