Dois crimes que mostram este preconceito indelével e imperceptível na nossa sociedade. Um motorista, com todo o conforto que o dinheiro compra, usou seu carro de luxo em alta velocidade para cometer um acidente que infelizmente tirou a vida de um pai de família. O outro crime foi uma mulher levar uma pessoa possivelmente morta para conseguir um empréstimo bancário, uma falta de respeito com o falecido. A parte que me cabe é fazer o papel do advogado do diabo: se esta mulher chegasse no banco com o morto de morte natural, e não de atropelamento, dentro de uma Ferrari e quando se apresentasse com quatro advogados bons ficaria cinco minutos presa ou seria algemada? O que causa esta certeza da diferença social são fatos assim. O Brasil é um país de justiça conforme o poder aquisitivo. Somos iguais sabendo dessas diferenças.

Manoel José Rodrigues - assistente administrativo - Alvorada do Sul

Atenção às diferenças

Quero apenas esclarecer que há grandes diferenças entre duas situações que foram abordadas no texto do Espaço Aberto do dia 18/04/24. Quando a Câmara Municipal aprova a criação de uma data comemorativa não é gerado ônus para o Executivo. É apenas uma data marcada, quem gostar comemora, quem não gostar ignora. Quando a Câmara aprova a criação de um Conselho Municipal, seja qual for o seu público-alvo, é gerada uma despesa para o Executivo, pois o Conselho precisará de um local de referência devidamente equipado, precisará ser feita uma eleição para definição de seus componentes e, algumas vezes, como é o caso do Conselho Tutelar, poderá ser estabelecido um pagamento para os Conselheiros eleitos. Como se percebe, não há como fazer uma comparação entre estas duas ações possíveis pela Câmara Municipal quando se analisa por uma ótica objetiva, sem o permeio de ideologias. É apenas uma questão de lógica financeira.

Nina Cardoso - Londrina

Natureza age em legítima defesa

Em 18/4/24, Dubai - a Cidade da Ostentação nos Emirados Árabes Unidos - ficou debaixo de água. O aeroporto mais famoso e movimentado do mundo virou um oceano e aproximadamente 1.244 voos foram cancelados. Os meteorologistas, glaciologistas, climatologistas, especialistas em eventos extremos da natureza não sabem como tudo aconteceu, mas informaram que para baixarem a temperatura provocadas pelas areias do deserto, eles se utilizam de um sistema chamado "semeadura de nuvens", que consiste em bombardearem as nuvens com produtos químicos para conseguirem água potável, já que pelo sistema de dessalinização as bombas não conseguem vencer o consumo.

Com a maior tempestade de todos os tempos causadas nos Emirados e em Omã, ficou para os urbanistas e arquitetos a responsabilidade de estudarem como agir em casos como este. Poucos acreditavam que um dia essas localidades iriam virar mar, com todos os enormes prédios que correram e correm o risco de caírem como um efeito de dominó, porque não há rios em que a água possa ser escoada. Então, o risco maior seria a infiltração nas bases dos enormes arranha-céus. O que podemos dizer é que a natureza, desta vez, agiu em legítima defesa, depois de ser bombardeada por produtos químicos. Vamos aguardar as justificativas dos maiores produtores de petróleo do mundo, que poderão perecer pela falta de água para suas vidas.

José Pedro Naisser, ecologista, Curitiba