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Folha Vest 5m de leitura

Terminado o Enem, é preciso virar a chave para o vestibular da UEL?

Professor diz que hábitos de estudo para o Enem também podem servir como ajuda para a prova da UEL, que não traz tanta contextualização quanto o exame nacional

ATUALIZAÇÃO
14 de dezembro de 2021

Edson Neves - Especial para a FOLHA
AUTOR

Os últimos dois domingos de novembro marcaram uma etapa importante para o estudante: as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Com esta etapa finalizada, mais um desafio em busca de ingressar no ensino superior vai exigir que o aluno se mantenha focado nos estudos: o vestibular UEL 2022, marcado para 6 de março do ano que vem.

 

Estruturado de maneira diferente que a prova organizada pelo Inep, o Vestibular da UEL sofreu mudanças em seu formato devido à pandemia, o que o FOLHA Vest vai tratar nas próximas edições. Porém, a pergunta que fica é: é necessário "virar a chave" do Enem para o Vestibular?

No entendimento do coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina, professor Nilson Douglas Castilho, é preciso - mas nem tanto assim. "O aluno que tem o hábito de estudo e uma boa leitura, faz provas como o Enem e os vestibulares de forma tranquila, mesmo que sejam formatos diferentes", afirmou.

Segundo Castilho, a prova da UEL exige algumas observações. Enquanto o Enem contextualiza praticamente todas as suas questões a partir das chamadas "situações-problema", em muitos momentos a UEL vai direto ao ponto. "Em linguagens, por exemplo, (o vestibular) pode pedir apenas que você identifique qual é o pronome. Na área de exatas, pode ser simplesmente a aplicação de uma fórmula para desenvolver o cálculo. Nada além disso. A UEL contextualiza menos e pode focar mais no conteúdo. Nesse ponto, é importante 'virar a chave'".

A transição do vestibular UEL - que é uma prova temática -, por questões que exigem leitura e interdisciplinaridade, com questões mais "conteudistas", não significa que seja pior que o Exame Nacional do Ensino Médio. "É somente um outro estilo de prova", comentou o professor.

Por outro lado, a Universidade Estadual de Londrina possui uma maior autonomia em abordar temas em que o Enem, pela sua ligação com o governo federal, não cobraria. "Esse engajamento e críticas sociais que a UEL tem faz parte da sua tradição, e precisa ser mantido", indicou Castilho, se referindo ao tema da redação do último vestibular, que tratou sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus, enquanto o Enem praticamente ignorou a doença em suas provas.

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MUDANÇA DE FOCO 

Enquanto a prova da  UEL é conhecida historicamente por sua ênfase em Ciências Humanas, tendo Sociologia, Filosofia e Arte como carros-chefe, e por facilitar uma articulação com o caráter temático do vestibular, Castilho apontou que nos últimos dois vestibulares, a UEL tenha dado um maior destaque à área das Ciências Biológicas. "Surpresas também com o aparecimento de assuntos que não eram tão frequentes nas provas, como estética na visão de Kant", acrescentou. "Porém, nada que fuja daquilo que o aluno não saiba fazer", ponderou.

Questionado se essa mudança de foco poderia ser pelo histórico de cursos mais concorridos serem da área (medicina e biomedicina), o professor respondeu que não há como afirmar, mas abriu possibilidades. "Principalmente pelo novo formato não contemplar as provas de conhecimentos específicos, a UEL pode ter escolhido essa mudança para trazer equilíbrio e não deixar em evidência somente uma área do conhecimento".

Para facilitar nessa mudança, o professor sugere a realização de simulados. "Eles são grandes aliados e te ajudam a entender o estilo de prova. Manter o mesmo hábito de estudos que vinha mantendo para o Enem também é importante", finalizou.

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