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Folha Cidadania 5m de leitura

Dia do Professor: uma data para celebrar a educação

Conquistas, desafios e pessoas inspiradoras dão sentido ao trabalho dos professores que serão homenageados no próximo dia 15

ATUALIZAÇÃO
10 de outubro de 2022

Walkiria Vieira - Grupo Folha
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Dia do Professor: uma data para celebrar a educação

Comemorado em 15 de outubro, o Dia do Professor renova a sua importância diariamente - graças à dedicação de profissionais que exercem, por vocação, um ofício tão tradicional como essencial. Atentos às demandas, professores de diferentes áreas do conhecimento convertem as dificuldades com criatividade e seguem inspirando alunos, professores e familiares. 

A professora de Produção Textual Eva Marcondes, 63 anos, trabalha na Escola Municipal Francisco Pereira de Almeida Junior, na região leste. Sua rotina é com alunos do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental e, cada oportunidade que tem de propor a construção de um texto para eles, é um momento de intensa dedicação para ela. 

Eva Marcondes é professora há 45 anos: "Por meio do desenvolvimento dos alunos mostro como são capazes"
 

Ciente da capacidade de seus alunos e atento à evolução de seus textos, Marcondes relata o trabalho das crianças com entusiasmo. "O primeiro e o último texto do ano possuem o mesmo tema e diante dos avanços do texto que fazem lá no fim do ano, eles ficam confiantes e notam o quanto se desenvolveram e aprenderam", destaca. 

Por meio do que os estudantes elaboram, Marcondes observa o que estão lendo, o nível de compreensão, a ortografia, a gramática. "Mas muito mais importante do que tudo isso, eu observo como são criativos e os incentivo, demonstrando, por meio do desenvolvimento deles, como são capazes", alegra-se a professora.

As turmas de Produção Textual acabam de preparar um artigo de opinião sobre a vacina contra a Covid-19. "Conversamos bastante em sala de aula. São crianças ainda de 10, 11 anos e, embora a estrutura do texto ainda possa se desenvolver ao longo de nossas aulas, são textos valiosos e eu sonho em um dia poder publicar no jornal", sorri. "Os alunos não sabem muito sobre parágrafo, travessão, mas são talentosos".

Uma das formas de incentivar os seus alunos durante as propostas de produção de textos é apresentar a eles livros, autores com os quais possam se identificar e se inspirar. Diante da admiração das turmas com textos que consideram tão interessantes, a professora os lembra que podem investir na escrita e que seus textos são tão bons quanto. "É um exercício também que se reflete na autoestima deles e, com o tempo, tudo vai melhorando", aposta a  Marcondes. 

HISTÓRIAS SOBRE NATUREZA, AMIZADE E INCLUSÃO

Natural de Mandaguari, a escritora Vilma Mara Rezende, 52 anos, viveu até os cinco anos de idade em Tupinambá e daí em diante, sua vida pessoal e profissional se consolidou em Londrina. Ela lecionou por 12 anos, sendo em média cinco anos  em  escolas técnicas  e sete em ensino  superior - nas áreas  contábil,  administração  e financeira.  

Voluntária em  projetos sociais e na  área  pedagógica, realiza oficinas, mediações, rodas de conversa, aulas particulares  em ambientes  lúdicos e de educação. Contar histórias para a Tia Wilma, como é conhecida, é um prazer para a educadora. São obras dela: 'Reflexões  Sobre a Vida', 'Histórias  de um  Coração  Pulsante' e  'Histórias de Lep e Zep', que abordam a natureza, a amizade,  a diversidade e a inclusão. 

 

A professora tem uma amiga chamada Sonia, que é assistente social. Os gatos de Sonia - Meg, Bartolomeu e Hunna - têm algo algo em comum: são cegos de um olho e, cada um por seu motivo, foi deixado de lado por seus cuidadores e, em momentos distintos, foram adotados pela assistente social. A história de cada gato tem suas particularidades e tia Vilma reconhece o potencial das personagens e as histórias que podem render. 

Sobre o seu trabalho, acredita no papel transformador que tem a educação. "Penso que o professor é  uma fonte  e referência nesta caminhada.  Eu, no papel  do professor, acredito que é necessário  facilitar, mediar  os saberes e não somente  passar  o conteúdo  ou conceitos e o aluno,  além  de aprender a  ler e escrever,  precisa se desenvolver socialmente. 

A PROFESSORA QUE INSPIROU A ALUNA

Tamarana era ainda distrito de Londrina quando Veruska de Souza Oliveira Martins, 39 anos, cruzou o portão da escola para seu primeiro dia de aula. O modo como foi acolhida pela professora Margareth foi decisivo para que desde aquele momento, a então menina se encantasse por quem ensina. "Sempre fui tímida e a professora soube me acolher, foi muito carinhosa e talvez sem tanta consciência da minha parte, o gesto me inspirou", recorda Martins, professora. 

 

Hoje, sua dedicação aos alunos é pautada no respeito, no interesse em vê-los se desenvolvendo e o momento da escuta, que acontece diariamente quando os estudantes chegam para aula, é um exemplo. "É o momento de eles se expressarem sobre o que vivenciaram em casa, no caminho para escola e com a família. A ansiedade dá lugar à fala - expõem suas opiniões, sentimentos e, quando um fala, os demais escutam e se reconhecem". 

A professora atua na Escola Municipal Carlos Dietz, região oeste de Londrina como mediadora de leitura e fazendo a contação de histórias para alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. No outro período, leciona para uma turma do P5. Em sua atividade, a educadora reconhece o papel que tem no desenvolvimento de cada aluno e, ao mesmo tempo em que se desdobra para que o seu trabalho com as turmas que variam de 25 a 30 alunos seja diferenciado, empenha-se também para que cada aluno tenha toda a atenção que necessita. 

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Um dos desafios da profissão, segundo Martins, é o trabalho de excelência. "Apesar de investimentos da rede municipal em cursos e na parte acadêmica, a diversidade exige mais. O ideal seria que cada escola tivesse uma equipe multidisciplinar - psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo, para o atendimento das demandas emocionais e sociais, tanto dos alunos, familiares e escola", pensa. 

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