A poucos dias do pleito eleitoral, impossível não notar como as bandeiras de partidos e candidatos tomam conta das avenidas de Londrina. As avenidas Saul Elkind, Higienópolis, Juscelino Kubitscheck e no Calçadão - são alguns exemplos. No dia 2 de outubro, os eleitores irão se dirigir às urnas para votar para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

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Ainda que faltem alguns anos para que alunos do Ensino Fundamental votem - o direito ao voto se dá a partir dos 16 anos - os estudantes demonstram interesse pelo que observam nas ruas e noticiários e demonstram noções de cidadania e respeito às diferenças. Longe das polêmicas, debates e polarizações, eles conservam a vontade de saber ouvir, dividir suas ideias e preservar o comportamento amistoso.

A Escola Municipal John Kennedy, no distrito de Guaravera, atende 280 alunos em três turnos. De acordo com o diretor da unidade, João Quadros de Oliveira, normalmente, é na disciplina de História que o assunto das eleições é abordado entre os alunos e não apenas do 5º ano. Mas esses alunos são os que apresentam um nível de compreensão maior e demonstram interesse em saber como é a votação, quem vota, por exemplo. "Em datas recentes como o Sete de Setembro, reforçamos a importância de se valorizar a Pátria", afirma.

Fazer a escolha correta, respeitar a opção do outro, saber defender a própria opinião, sem se omitir e sem agressividade estão na ponta da língua dos estudantes nesse período que antecede as eleições. "Eles aprendem que o voto representa poder de mudança e que eleger um representante é também um ato de responsabilidade", explica.

Alguns anos atrás, Oliveira relata que as salas de aula tinham representante e havia votação para a escolha dos indicados. "Quem assume sabe que precisa ser responsável, dar bons exemplos, não conceder privilégios", cita. O diretor observa ainda que tanto para quem elege, como quem é escolhido, é um exercício", reflete.

Na Escola Municipal Nina Gardemann, que fica no jardim Tóquio, região oeste de Londrina, a coordenadora pedagógica, Silmara Cordeiro de Araujo Monte, comenta que as eleições são um assunto em evidência no momento. "Eles trazem questionamentos para a escola. Apesar de não ser um assunto curricular, está no cotidiano dos alunos. Assim, desperta a curiosidade. Eles levantam os nomes dos candidatos, contam sobre as escolhas das famílias e o professor trabalha o assunto no sentido do respeito à opinião", diz.

Silmara Cordeiro Monte, coordenadora da Escola Municipal Nina Gardemann:  "Apesar de não ser um assunto curricular, as eleições despertam a curiosidade dos alunos"
Silmara Cordeiro Monte, coordenadora da Escola Municipal Nina Gardemann: "Apesar de não ser um assunto curricular, as eleições despertam a curiosidade dos alunos" | Foto: Walkiria Vieira - Grupo Folha

Ao todo, são 224 alunos em três turnos. A coordenadora relata ainda que os professores ensinam que o respeito à opinião é muito importante e, embora as opiniões possam ser diferentes, a conversa tem que ser respeitosa. Aprendem que podem defender seus pontos de vista, mas com consideração pelo outro. "Alguns comentam sobre poder votar aos 16 anos e já pensam que nesse momento irão poder tirar o título e exercer o direito de votar, escolher e também acompanhar a forma de governo, se as propostas estão sendo cumpridas, pois isso é exercitar a Cidadania".

A seguir, saiba o que pensam alguns alunos sobre democracia, as eleições e voto.

Vinícius Henrique Mina
Vinícius Henrique Mina | Foto: Walkiria Vieira - Grupo Folha

"Democracia é quando as pessoas elegem um candidato com o voto. Pode ser para presidente, senador, deputado e é importante votar bem para o povo, para a saúde e também porque os candidatos fazem as leis e também as escolas, criam moradias, entre outras coisas. A minha mãe pensa bastante em quem ela vai votar e a gente tem que analisar o político antes de votar para não errar. Porque mesmo com a democracia acontece muita corrupção."

Vinícius Henrique Mina, 10 anos

Otávio de Souza Santos
Otávio de Souza Santos | Foto: Walkiria Vieira - Grupo Folha

"Esses dias fui para Santa Catarina e vi muitas bandeiras e pessoas contando em quem vão votar, quem é o melhor candidato. Em Londrina, vi algumas pessoas brigando por pensarem diferente e fiquei bravo com isso porque cada um tem o direito de escolher em quem vai votar para presidente ou outro cargo. Eu gosto de manga, mas não gosto de goiaba. Se alguém me disser que a goiaba vai fazer eu jogar futebol melhor, eu vou descobrir outras frutas que gosto mais e sei que vão fazer tão bem como a goiaba".

Otávio de Souza Santos, 11 anos

Nicolas de Mello Parra
Nicolas de Mello Parra | Foto: Walkiria Vieira - Grupo Folha

"Fiz aniversário dia 21, sei que daqui cinco anos, quando eu tiver 16, eu já vou poder votar, mas eu vou preferir esperar mais dois anos porque eu sei que com 18 eu vou saber escolher melhor e não errar. Eu já fui votar com a minha mãe, ela deixou até eu apertar os botões. Se na nossa sala de aula tivesse que escolher um representante de sala, não pode ser uma pessoa muita tímida, precisa saber se comunicar, ter caráter, aceitar ideias e também analisar as ideias e conversar com o grupo todo antes de decidir. Por exemplo, se fosse para escolher um lanche diferente no mês na merenda, teria que ouvir todos e decidir pela maioria. Já pensou se o representante escolhe logo goiaba?"

Nicolas de Mello Parra, 11 anos

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