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Luiz Geraldo Mazza 5m de leitura

Recessão inevitável

A diplomacia não avança o suficiente para deter a guerra como a resolução censurando a Rússia

ATUALIZAÇÃO
02 de março de 2022

Luiz Geraldo Mazza
AUTOR

A diplomacia não avança o suficiente para deter a guerra como a resolução censurando a Rússia por mais expressiva, 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções, dilui-se em meio à avaliação dos efeitos perversos de tudo o que está acontecendo. A recessão será a consequência das sanções contra os invasores e também dos atos retaliatórios que poderá adotar. De saída, a constatação do fechamento do mercado de defensivos e fertilizantes e acima de tudo alta do petróleo acima de US$ 110 o barril. O voto brasileiro a favor da resolução foi o peso da tradição doutrinária do Itamaraty sobre hesitações habituais do presidente, tema esse que já estava sendo explorado por Doria, Moro e Simone Tebet. Na Rússia grandes multinacionais ocidentais de diversos segmentos deixaram voluntariamente o país.

Transporte 

De modo geral, o sistema de transportes coletivos se vale mundialmente de subsídios, em alguns casos clássicos de até 60%, segundo estudos especializados da área. Aqui o governo, prefeitura e até legislativo estadual contribuem, o que pode levar de repente outras cidades, mesmo que não sejam de porte, a reivindicar tal tratamento. O fato é que essa relação pactual obtém avanços, como se dá no caso de Curitiba, mas não impede a alta das tarifas que tiram seguidamente da operação milhares de usuários e isso não tem como suavizar. Em Londrina motoristas entraram em greve cobrando participação nos lucros e vale-alimentação que deveria ter sido depositado na segunda feira (28). 

Rebote 

Mesmo contido, tivemos carnaval e isso trará respostas nos níveis de contágio do coronavírus. Até Curitiba, tida como má carnavalesca, aprontou no Largo da Ordem, onde uma briga no meio de milhares teve que ser dispersada a gás lacrimogêneo. Autoridades sanitárias alertam para o rebote com ocupação de leitos subindo em janeiro e a média móvel de mortes caindo para 598, quando o registrado chegou nacionalmente a 274. A Fiocruz mapeou o quadro dos profissionais "invisíveis" da saúde – técnicos, maqueiros e sepultadores - altamente atingidos pela pandemia, 23,9% têm comorbidade, 53% dos quais não se sentem protegidos e 35,5% relatam ter sofrido violência e discriminação. 

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Pesquisa

Nos levantamentos da Consultoria Quaest, há um deles que mostra Lula com 61,4, Bolsonaro com 44,3, Ciro 29,5, Doria 19,6 e Moro 19,3. Isso aparece num estudo sobre o candidato do Avante, André Janones, que verificava o índice de popularidade digital que estava com 28,7 em fevereiro.   

Nuclear 

Em meio a declarações guerreiras há a de Putin mandando colocar em prontidão o setor nuclear e um dos ministros russos declarando que a terceira guerra mundial será atômica. Aí Biden faz afirmação em contrário dizendo que jamais vai acontecer. A Rússia tem estoque de ogivas nucleares um pouco maior que o dos EUA, mas recentemente exigiu a retirada desses equipamentos na Europa e pertencentes aos norte-americanos. Pode ser papo furado, mas que intranquiliza, isso não se pode negar. De tudo o que está acontecendo dá a impressão que a Otan já não é a mesma da outra Guerra Fria, mais articulada para a ação. 

Investimentos

O governo brasileiro anuncia essa semana a isenção do Imposto de Renda para investidores estrangeiros em títulos de dívidas de empresas brasileiras. A medida baixará custos na obtenção de empréstimos no exterior. Pretende-se a capitalização de empresas que investiram na privatização do Brasil como nas concessões de estradas. Paulo Guedes está no comando da operação. 

Durski em cena 

Descendente de ucranianos, o paranaense Junior Durski, dono do Madero, faz pesada campanha nas redes sociais contra o absurdo da guerra e a sua insanidade e prega a recepção aos foragidos.   

Folclore 

A terça-feira gorda do Carnaval foi ofuscada em Londrina pela greve do transporte coletivo. Empresas também deixaram de abrir por causa da greve que tirou o povo das ruas. 

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da FOLHA

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