Esta semana alguém me consultou sobre um gerente que foi visto jantando num restaurante da cidade com uma subordinada de seu grupo de trabalho, por volta das 22 horas.
A pergunta a respeito foi: - “Isto é ético? ”
A resposta depende forte e poderosamente do bom senso que o tal gerente mostrou não ter.
Até que ponto ele poderia confiar na subordinada para que, numa eventual demissão, ela não considerasse este jantar uma atitude de assédio moral e exigisse indenização de quatro dígitos em moeda corrente, já tão comum nos processos trabalhistas atuais?
Se ele estivesse com um grupo de funcionários, realmente não teria ‘nada de mais’ – expressão que ele utilizou para explicar a situação quando interpelado por seu diretor.
Sim. Estamos falando de um gerente imprudente, ou, o que é pior, movido por segundas intenções.
E você sabe o que ele alegou a mais? Ter muitos assuntos a discutir com a subordinada.
A próxima pergunta óbvia seria: -“E esses assuntos não deviam ter lugar no ambiente de trabalho?”
A aprendizagem que fica desta situação – e de outras similares – é que ‘não tem nada de mais’ nunca deve ser o ponto. Pelo contrário. Atitudes mal calculadas como esta comprometem a reputação do gerente, da subordinada e da empresa – para quem fica a conta a pagar.
Se você tem um cargo de liderança – onde quer que seja –, pense mil vezes antes de agir movido pela velha e clássica desculpa ‘não tem nada de mais’ já que, primordialmente, você tem uma equipe de pessoas para trabalhar, e não para casar-se com elas.