Um homem, de idade entre 30 a 40 anos, foi socorrido em um incêndio que destruiu um imóvel na rua Alagoas, região central de Londrina, na madrugada desta quarta-feira (29). A vítima estava em um dos cômodos que foi atingido pelas chamas e foi retirado do local com queimaduras de terceiro grau em várias regiões do corpo.

Ele recebeu os primeiros socorros na ambulância e foi encaminhado em estado grave ao CTQ (Centro de Tratamento de Queimados do HU (Hospital Universitário). De acordo com a assessoria do hospital, por volta das 16h o estado de saúde dele ainda era considerado grave. A vítima estava entubada no pronto-socorro, aguardando uma vaga no Centro de Tratamento de Queimados.

Imagem ilustrativa da imagem Homem fica ferido gravemente em incêndio no centro de Londrina
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

As chamas começaram por volta das 5h e mobilizaram três caminhões do Corpo de Bombeiros. De acordo com a tenente Luana da Silva Pereira, comandante da operação, a vítima estava presa a uma grade em uma das janelas externas, de um cômodo ao fundo, no segundo pavimento da casa. “Esse homem pedia por socorro e nossa primeira atitude foi fazer um combate para diminuir a caloria e acessar a vítima”, disse.

A edificação era de alvenaria, mas todo o assoalho de piso do primeiro e segundo pavimentos era de madeira, assim como o forro. Apenas três cômodos ao fundo, que são de laje, foram preservados.

“Segundo vizinhos, o local é abandonado e utilizado por moradores de rua e coletores de materiais recicláveis. Havia muito material combustível acumulado na área interna e externa e isso, certamente ajudou a propagar rapidamente o fogo”, afirmou. Foram cerca de duas horas de combate ao incêndio, utilizando 20 mil litros de água.

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RESCALDO

Horas depois de controlar as chamas, o Corpo de Bombeiros retornou ao local para controlar novos focos de incêndio. Segundo a equipe, o rescaldo tem o objetivo de apagar todos os focos remanescentes que podem reacender as chamas e que, neste caso, se encontravam por baixo do entulho.

Uma das comerciantes vizinha ao local, que prefere não ser identificada, conta que chegou para trabalhar às 7h40 sob forte fumaça e que acionou os bombeiros ao constatar que alguns materiais ainda estavam em chamas. “A gente não sabe ao certo quem mora nesta casa, mas vemos pessoas entrando ao longo do dia, principalmente catadores de recicláveis”, disse.

Uma outra comerciante destacou que o local se encontra em situação preocupante há mais de cinco anos. “Esse incêndio tem que chamar a atenção para as condições desse imóvel. Está mais do que na hora de os órgãos públicos criarem um projeto de acolhimento digno para essas pessoas. Todos correm riscos vivendo em locais assim. É mau cheiro, insetos, risco de incêndio e roubo. Esse imóvel nunca foi apropriado para moradia. Parece ter um senhor que cuidava e vivia aí, mas não há uma estrutura mínima”, desabafou.

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FORÇA-TAREFA

Há pouco mais de três semanas, a Prefeitura de Londrina anunciou uma força-tarefa de fiscalização de imóveis abandonados e abordagem social para acolhimento das pessoas em situação de rua, que estejam nestes locais. A ação foi dividida em duas etapas, sendo a primeira o serviço de abordagem e em seguida, a notificação dos proprietários e a ação de fechar os imóveis com lacre. A ação foi anunciada na semana em que foi realizada uma reunião entre comerciantes, PM e prefeitura para discutir segurança na rua Guaporé.

A iniciativa se deu pelo volume de denúncias de perturbação de sossego, de atos de violência, de uso de drogas, de acúmulo de lixo e de proliferação de animais peçonhentos e transmissores de doenças endêmicas, em espaços abandonados em todas as regiões da cidade.

“Esse é um fenômeno que aumentou muito depois da pandemia, em função do crescimento da miséria e de problemas de saúde mental, que muitas pessoas estão passando. A Prefeitura vai iniciar os trabalhos com o acolhimento feito pela assistência social e pelo Consultório de Rua, e depois irá com os fiscais e a guarda municipal para notificar os proprietários e lacrar os espaços que apresentarem perigo à sociedade”, explicou o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Marcelo Canhada, durante o anúncio da operação, no dia 3 de junho.

A FOLHA procurou a Prefeitura Municipal para uma atualização sobre esta força-tarefa, já que a expectativa era quer os trabalhos tivessem iniciado, e aguarda um retorno.

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PROJETO DE LEI

Paralelamente à força-tarefa a prefeitura pretendia encaminhar à Câmara de Vereadores um PL (Projeto de Lei) regularizando, no âmbito municipal, a legislação nacional referente à perda da propriedade dos imóveis abandonados. De acordo com o artigo 1.275 do Código Civil Brasileiro são causas legais para a perda da propriedade do imóvel o abandono ou perecimento da coisa.

A novidade do PL é que além de lacrar os imóveis abandonados, a Prefeitura poderá utilizar os espaços como seu, seja para a prestação de serviços públicos ou usos afins. (Com N.Com)

SERVIÇO: Denúncias de imóveis abandonados podem ser feitas pelo 153 da Guarda Municipal

Atualizada às 16h09

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