Prevista para ser entregue nesta quarta-feira (6), após três aditivos de prazo, a revitalização do Bosque Municipal Marechal Cândido Rondon, no centro de Londrina, ainda não está pronta. Na segunda-feira (4), antevéspera da finalização, a empresa responsável pelos trabalhos, com sede em Pedrinhas Paulista, São Paulo, pediu à prefeitura mais 17 dias para concluir as intervenções previstas em projeto.

Imagem ilustrativa da imagem Empresa pede mais 17 dias para entregar obras do Bosque de Londrina
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

No documento que a FOLHA teve acesso, a construtora justifica a solicitação em razão do furto de ferramentas e materiais, a greve dos caminhoneiros de setembro, que teria atrasado a entrega de cimento, e as chuvas. Segundo o secretário municipal de Planejamento, Marcelo Canhada, o município ainda está apreciando o pedido. “Evidentemente que a possibilidade da empresa ser penalizada é muito grande. Os engenheiros da secretaria de Obras estão avaliando junto com o gestor do contrato (a solicitação).”

A ordem de serviço foi assinada em fevereiro deste ano, com previsão inicial de término em julho. As melhorias estão custando cerca de R$ 2,9 milhões aos cofres da prefeitura. Medição da segunda quinzena de setembro indicou aproximadamente 80% de execução naquele mês. Enquanto a data de entrega da reforma ainda é incerta, quem passa pelo lugar já aponta algumas imperfeições no que foi feito, principalmente o novo piso.

“A obra do bosque é de suma importância e disso ninguém tem dúvidas, dado o estado que estava. No entanto, a impressão que dá é que esse piso de concreto foi todo remendado. Parece uma colcha de retalhos, com piso de um jeito num lugar, no outro com erros, partes quebradas”, criticou o aposentado Sérgio Ribeiro Santana.

A reportagem andou pelo bosque e também constatou o que foi apontado pelos entrevistados, com problemas visíveis em partes que já foram executadas. No cruzamento da rua Piauí com a avenida Rio de Janeiro, por exemplo, a faixa elevada para pedestres já apresenta falhas na entrada e saída dos veículos. No lado oposto, na avenida São Paulo, a calçada tem rachaduras.

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ACESSIBILIDADE?

Outra complicação observada foi no piso tátil. Perto da esquina da Piauí com a São Paulo, o piso de um lado da via não está no mesmo sentido do que está na outra ponta. A ligação ainda não foi realizada. Já no encontro da Piauí com a Rio de Janeiro, perto dos Correios, uma das pavimentações para deficientes visuais dá em uma árvore recém-plantada, enquanto que a abertura feita próxima para a colocação do piso está completamente torta.

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No mês passado, a prefeitura havia dado mais 15 dias de prazo e identificado que parte da calçada da passagem principal do bosque tinha ficado fora do padrão estabelecido em projeto, obrigando a construtora refazer o serviço sem prejuízo ao município, o que está acontecendo somente agora. “Eles fizeram toda a calçada e estão quebrando para colocar o piso tátil. Não dava para deixar o espaço antes de concretar tudo? Não seria mais prático, econômico e geraria menos resíduos?”, questionou a técnica em nutrição Carolina Amaral.

FISCALIZAÇÃO

Marcelo Canhada afirmou que irá fiscalizar a revitalização ainda esta semana e vai analisar as reclamações levadas pela reportagem. “Se tiver alguma coisa em desconformidade com o contrato nós não aceitamos a obra. É retido parte do pagamento, que só é feito depois de recebermos oficialmente. Se tiver imperfeição a empresa será penalizada. Isso é usual. Fazem acabamento e têm que deixar perfeito. Se não ficar, os engenheiros da secretaria de Obras não aceitam e eu também não deixaria aceitar”, garantiu o secretário de Planejamento.

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