A revitalização do Bosque Central de Londrina “Marechal Cândido Rondon” teve início na manhã desta terça-feira (16) de Carnaval, uma semana após a assinatura da ordem de serviço entre a empresa contratada e o município. No local, o grupo de funcionários da Construtora San Pio, de Pedrinhas Paulista (SP), fazia a separação do entulho e capinava parte do mato que, em alguns pontos, chegava a tocar os joelhos de tão alto. Além disso, nas proximidades da entrada que fica em frente à Catedral Metropolitana de Londrina e em uma das pistas do “Zerinho”, a demolição do piso também já havia começado.

Funcionários da construtora fizeram  a separação do entulho e e a capina de  parte do mato
Funcionários da construtora fizeram a separação do entulho e e a capina de parte do mato | Foto: Gustavo Carneiro

Projeto orçado em mais de R$ 2,5 milhões, a revitalização do espaço que ainda conserva algumas árvores nativas e já foi cartão postal de Londrina tem até o final de julho para ser entregue. Mas, na cidade em que a maioria das obras municipais não fica pronta na data estipulada, não é exagero imaginar que este prazo deverá ser alongado. Questionada no local, a engenheira responsável, Amanda Castro, disse que a construtora tem experiência e que a entrega está programada, mas concordou que a chuva que ameaçava cair logo no primeiro dia costuma ser inimiga do relógio.

A biomédica Mônica Perez, 57, mora há cinco anos na avenida São Paulo. Enquanto passeava com seu cachorro de estimação avaliou que a reforma será positiva para a região. Questionada se sentia algum tipo de desconforto em saber que algumas árvores serão removidas, a moradora disse que não. “O que for preciso para ficar mais claro, mais bonito, aberto, crianças podendo brincar”, estimou.

Para quem já foi assaltado ao passar pelo Bosque à noite e até costumava evitar o local, ficar sabendo da reforma foi um alento. O sommelier Rafael Regis, 25, teve contato com o projeto apenas nesta terça-feira, por intermédio da reportagem, e disse estar otimista. Questionado se acredita que a população que mora no entorno irá "abraçar" o espaço, tornando-o ponto de encontro e de lazer, Regis disse que "no começo vai ter receio", avaliou.

A opinião é fruto do problema social que vem se agravando há cada ano e piorou com a pandemia. Conhecido como um ponto para pessoas em situação de rua, esconderijo para porções de drogas, mocó para usuários e ponto de prostituição onde até um homicídio foi registrado recentemente, o Bosque Central deverá receber R$ 500 mil em equipamentos de iluminação, conforme projeto do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina). Situação que colabora para que a reforma encontre o apoio da população vizinha e a resistência dos mais saudosistas. Basta acompanhar as históricas discussões sobre o tema e constatar que as principais críticas são quanto à descaracterização do Centro Histórico que será promovida com a revitalização.