O que eu sei é que, em Mumbai, o frango está custando 0,50 dólares o quilo, porque ninguém quer comer por achar que a ave pode transmitir a doença.

Imagem ilustrativa da imagem ÍNDIA -"Os aeroportos estão fechados, ninguém mais entra na Índia"

Aqui, o povo sempre usou muita máscara, especialmente os estrangeiros, mas agora está muito mais. Ainda se encontra máscara nos mercados, mas alguns lugares estão vendendo por R$ 30 cada. No mercado de rua eu paguei R$1,20.

Eventos com mais de 200 pessoas foram cancelados, principalmente o críquete, que é igual o futebol no Brasil, e teve um jogo cancelado. A partir de sexta-feira (13), escolas, faculdades e cinemas estão fechados até o dia 31 de março.

Os aeroportos estão fechados, ninguém mais entra na Índia. Os vistos estão suspensos até o dia 15 de abril. Os indianos também não vão poder voltar e, se permitirem o retorno, mesmo que não tenham sintoma, as pessoas vão ficar em quarentena.

Trabalho como modelo e meu trabalho diminuiu muito por aqui, caiu uns 80%.

Aqui é época de casamento, mas estão adiando as comemorações.

A população está esperançosa de que o vírus não se espalhe, porque estamos entrando em um período mais quente. Está uns 25 graus agora, mas aqui vira bem rápido, normalmente em março tem a troca do clima. No começo de abril já chega a 40 e 42 graus.

Vejo que as pessoas estão despreocupadas, principalmente quem não tem tanto acesso à educação.

Meu melhor amigo tem uma rede de restaurantes, as unidades estão vazias. Ele disse estar perdendo de 3 a 5 mil dólares por dia na rede dele, até porque ele recebe bastante casamento e muitos estão sendo adiados.

O evento Fashion Show foi cancelado aqui por enquanto, até ensaio normal estão evitando.

Eu cheguei no dia 10 de janeiro e fico até dia 2 de abril, mas agora eu estou com receio, sem dormir, porque meu voo de volta é para Amsterdam. Estou com medo do aeroporto de lá fechar e eu preciso ir embora. Se eu tiver que ficar, tenho que contar com a minha família indiana. Aqui não se pode mandar dinheiro, mas podemos receber. Se for necessário, minha família do Brasil pode ajudar. Também guardei um pouco do meu dinheiro dos trabalhos que fiz aqui.

Ainda não estão estocando comida, os supermercados estão abastecidos, restaurantes estão com pouco movimento, shoppings também. Transporte público está normal, eles dependem muito disso aqui. Sei também que aqui eles não têm muitos laboratórios para se fazer o teste do vírus.”

Luisa França, 29 anos, modelo de Londrina, viaja para a Índia a trabalho com frequência. Está no país há 2 meses

Índia: 75 casos confirmados.

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