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Reportagem 5m de leitura

Crianças e mulheres são principais alvos

ATUALIZAÇÃO
20 de janeiro de 2017

Viviani Costa<br>Reportagem Local
AUTOR

Segundo relatório sobre tráfico de pessoas publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 63,2 mil vítimas em 106 países foram identificadas entre 2012 e 2014. No último ano pesquisado, 71% do total de pessoas traficadas eram mulheres. Já as crianças representaram até 30% do total no mesmo período. Em regiões da África, da América Central e do Caribe, o índice de crianças traficadas subiu para 60%.
De acordo com o relatório, a criminalização do tráfico de pessoas já foi implantada em quase 160 países. No entanto, as penas e a proteção às vítimas exigem mais atenção. Nos países da América do Sul foram identificadas 5,8 mil vítimas entre 2012 e 2014. Os casos ocorrem, principalmente, entre países vizinhos.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, o último relatório de dados relacionados a esse tipo de crime no País foi divulgado em 2015. O documento aponta que 309 pessoas foram vítimas do tráfico de pessoas no ano de 2013. Os casos foram denunciados à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República por meio do Disque 100. Ainda conforme a assessoria, um novo relatório deve ser concluído até o segundo semestre deste ano.
Para uma das fundadoras da Rede Grito Pela Vida, irmã Eurides de Oliveira, a falta de estatísticas precisas compromete o combate ao crime. A organização fundada em 2007 promove campanhas de prevenção, capacita lideranças comunitárias e faz o encaminhamento de vítimas em todo o País. "Como desafios permanentes temos a clandestinidade e invisibilidade do problema, a falta de bancos de dados e a dificuldade de obtê-los, a precariedade do sistema de notificação e de informação das organizações, a falta de recursos financeiros para pesquisa, a morosidade da Justiça, a falta de capacitação dos agentes públicos, a ineficiência da legislação, a impunidade, a corrupção, a debilidade ou ausência de redes de proteção nos Estados e municípios e a mudança cultural que hoje naturaliza essa exploração e violência", enumera.(V.C.)

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