As linhas de um chip formam desenhos que desafiam os leigos, como o segredo de um cofre onde está guardado um valioso tesouro. Quem tiver conhecimento suficiente para decifrá-lo, vai estar mais perto do futuro.

Que Londrina é um pólo tecnológico emergente, todo mundo já sabe. A novidade ainda algo silenciosa é que este pólo pode dar um salto em poucos anos, uma transferência de terabytes por segundo com os novos reforços.

Esta foi a sensação que a 18ª edição do Encontros Folha deixou nos participantes que foram ao auditório do Aurora Shopping na semana passada, atraídos pelo tema “Relações Brasil e Índia: O Desenvolvimento das Tecnologias de Alta Performance”.

“O estreitamento das relações bilaterais com a Índia vai nos dar acessos a novas tecnologias, novos produtos, novos serviços, como já nos mostra a experiência da cidade com a TCS”, afirmou o superintendente da Folha, José Nicolás Mejía.

O incremento na formação de recursos humanos para a cobiçada fase de aceleração do polo parece mais concreto com os avanços na instalação de duas estruturas destinadas ao ensino e à pesquisa.

Imagem ilustrativa da imagem Supercomputação surge como diferencial para polo tecnológico de Londrina
O palestrante do evento, Jorge Edison Ribeiro - um dos maiores especialistas do país em estruturas de inovação, qualidade de software, gerenciamento de processos e Tecnologia da Informação – apresentou aspectos da aproximação com o país asiático e como estão as negociações para uma grande jornada de transferência de tecnologia e de intercâmbio de negócios.

Paraná no protagonismo

O Paraná pode ser protagonista desta história, explicou Ribeiro, por já estar dialogando com os indianos deste o fim da década passada.

A ideia é aprofundar uma parceria já iniciada entre a Fundação Araucária (órgão estadual de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico no qual Ribeiro é pesquisador sênior) e o Centre for Development of Advanced Computing, o C-Dac, instituição de grande prestígio internacional que se dedica à chamada supercomputação ou HPC (computação de alto desempenho).

Em termos gerais, a finalidade principal da parceria é implementar uma rede de supercomputadores nas universidades estaduais do Paraná, o primeiro passo para que os brasileiros sejam soberanos neste segmento com o desenvolvimento de uma tecnologia própria, privilégio de poucos países no mundo

A grande notícia que causou burburinho no Encontros Folha foi que o Centro de Capacitação para a operação destas máquinas deve ser instalado em Londrina.

“Nós queremos tecnologia própria. Além da redução de custos, a tecnologia própria nos permite fazer o que nos interessa, o que nos serve. Assim, desenvolvemos novas habilidades e competências, fortalecendo nossa indústria”, resumiu o especialista, que fez pessoalmente os primeiros contatos com o C-DAC numa viagem turística.

O laboratório de experimentações está sediado em uma metrópole chamada Pune, distante três horas de carro de Mumbai, principal centro econômico da Índia.

Em Pato Branco

Ribeiro fez questão de salientar que o projeto inclui a produção das placas eletroeletrônicas dos supercomputadores por uma empresa de Pato Branco, a Hi-Mix.

O pesquisador lembrou que os supercomputadores com tecnologia de outros países são auditados periodicamente pelos fabricantes e que alguns algoritmos que permitem, por exemplo, simular teatros de guerra, são vetados, ainda que estes algorítimos sejam usados, digamos, para a agricultura de precisão. Neste caso, a tecnologia própria “dribla” estas limitações e permite projetos de qualquer interesse.

Sempre usando exemplos para facilitar o entendimento, o especialista lembrou da aplicação do HPC no Projeto Genomas Paraná, que vai coletar amostras de 5 mil pessoas que vivem em Guarapuava e Foz do Iguaçu para começar a traçar um perfil genético dos paranaenses.

“Vamos querer que as potências estrangeiras xeretem este biobanco? Acho que não. Vamos continuar signatários dos tratados, mas não precisaremos mais passar por auditorias estrangeiras”, esclarece.

De Londrina a Cornélio Procópio

O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, comemorou a aproximação com os indianos, ressaltou a importância da Tata Consultancy Services (TCS) ter escolhido Londrina em 2018 para instalar seu dellivery center e lembrou que a especialização da mão de obra no eixo Londrina – Cornélio Procópio é um ativo fundamental neste processo.

Centro de Informação em Londrina

Sua filha, a deputada federal Luísa Canziani, acredita que para continuar sendo um diferencial são necessários investimentos permanentes na formação e que os londrinenses podem receber outra excelente notícia este mês, com a confirmação de uma filial do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer em Londrina.

Trata-se da única unidade voltada à pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, um ambiente que integra governo, academia e setor privado na guerra contra o déficit nos recursos humanos.

Em Campinas, onde fica a sede, o CTI trabalha em quatro eixos: governo digital, indústria 4.0, saúde avançada e tecnologia habilitadoras. Em Londrina, a expectativa é que áreas como TI, saúde e agronegócio sejam contemplados.

O presidente do Conselho de Administração do Estação 43 (Instituto do Ecossistema de Inovação de Londrina), Lucio Kamiji, que acompanhou o evento, acredita que as duas estruturas de formação atrairão ainda mais a atenção dos investidores para a região.

Referência no país

“Londrina pode se tornar sim uma referência em computação avançada no País com esta cooperação com os indianos e com a consolidação da TCS”, avalia. “Da mesma forma, a filial do CTI se tornará um marco, caso se concretize, justamente por que pode ampliar o número de pesquisadores em TI, o que é fundamental para o futuro do polo”.

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| Foto: Roberto Custodio
O diretor da unidade Londrina da Tata Consultancy Services (TCS), Francisco Davi Junior, um dos painelistas do Encontros Folha, também comentou a importância de capacitar os trabalhadores na região para o polo de Londrina continuar crescendo.

“Apenas no ano passado, nossa unidade recrutou 550 estudantes que cursavam o segundo semestre da faculdade em Londrina. “Eles são treinados e prestam serviços aos nossos clientes”, informou.“Além de capacitar, também estamos preocupados com o desenvolvimento do ecossistema como um todo”.

TCS

A TCS - uma das 100 empresas da Tata Group, um conglomerado gigantesco e diversificado que fatura anualmente US$ 120 bilhões - tem 26 mil colaboradores na América Latina, espalhados por 17 cidades de 9 países. “Poucas operações nossas nesta região do mundo são classificadas como de ‘excelência global’ e Londrina é uma delas. Nós prestamos serviços aqui na cidade para clientes que não tem operação no País, como por exemplo, uma empresa que produz energia nuclear em outro continente”.

A unidade londrinense conta hoje com 1,7 mil colaboradores e tem uma meta de chegar ao número “mágico” de 5 mil postos de trabalho a curto prazo (se consolidando, com folga, como a empresa mais empregadora do município), sempre dependendo da oferta de trabalhadoras e trabalhadores que preencham os requisitos necessários para atuar numa operação global. “Estamos fazendo um trabalho também junto às crianças e aos adolescentes. É preciso romper já na escola este medo de trabalhar com computação, principalmente no gênero feminino. É por aí que vai se dar a transformação, garantindo a oferta de mão de obra no futuro”, acredita o líder da TCS na cidade.

O mediador do debate, Alexandre Rossi Paschoal, que leciona na UTFPR de Cornélio Procópio, diz que alunos e professores devem entender que é preciso repensar a educação, integrando às novíssimas tecnologias ao aprendizado, o que pode romper possíveis barreiras no futuro. (Com colaboração de Janaína Ávila/Especial para a Folha)

Como os R$ 10 bi de um fundo federal podem transformar a economia das cidades

Recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico podem significar mais empregos, mais renda e mais qualidade de vida

Recursos, financiamento, formação e retenção de mão de obra. Esses são alguns dos aspectos práticos para que o cenário positivo, que já vem sendo desenhado para a inovação, se torne uma realidade, refletida em números igualmente importantes e impactantes no desenvolvimento da cidade.

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| Foto: Roberto Custodio

A deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR) participou remotamente do Encontros FOLHA; ela se encontrava em Brasília para a audiência pública que discutia a aplicação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Na sua fala, destacou a importância da realização do evento que coloca luz na tecnologia como ferramenta para o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades não só em Londrina, mas também, em todo o País.

Para ela, os recursos significam uma conquista não apenas da área de pesquisa no Brasil, mas de toda a sociedade.

São R$ 10 bilhões destinados ao fundo e a expectativa é que o montante consiga reverter o quadro de estagnação do segmento.

O otimismo da parlamentar não parou por aí. “Foi uma conquista histórica a aprovação no Congresso da liberação dos recursos para pesquisa em ciência e inovação. Fico feliz em anunciar a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos em Londrina, no dia 18 de maio quando vamos apresentar para ela o nosso ecossistema de inovação, a vocação da cidade e o potencial para criar mais oportunidades e atrair investimentos”, afirma.

A deputada ainda antecipou a possibilidade do anúncio, por parte da titular da pasta, da criação de um escritório do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), unidade de pesquisa subordinada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em Londrina.

Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Luísa Canziani reconhece na inovação e tecnologia, instrumentos de transformação social e econômica. “Londrina está sendo reconhecida pelo seu ecossistema de inovação coeso, que reúne a academia, agentes políticos, sociedade civil organizada e parceiros internacionais como a Índia, uma referência. Nosso ecossistema é maduro e está pronto para buscar mais oportunidades e algumas já foram conquistadas. Isso sem deixar de lado o cuidado com as pessoas. Queremos formar e qualificar cidadãos para que todos possam sonhar mais alto”, comenta.

À frente da CODEL, uma das realizadoras do Encontros FOLHA, Alex Canziani também defende a formação de uma mão de obra que possa suprir a crescente e constante demanda do mercado de tecnologia de comunicação e informação. “A cidade tem o privilégio de contar com uma empresa do grupo que responde por 5% do PIB da Índia. Em 2023, a TCS só não será a maior empregadora se não encontrar aqui os profissionais que vem requisitando”, alerta. “As oportunidades e empregos gerados pelo setor TIC (Tecnologia, Informação e Comunicação) significam um aumento do PIB per capita, ainda aquém quando comparado com outras cidade do Brasil”, diz.

Ele ainda destaca missões para Brasília e Curitiba em busca de oportunidades e ressalta o momento de internacionalização da economia londrinense. “É óbvio que queremos fortalecer as empresas locais, trazer empresas da região e do país como um todo, mas acho que existem muitas oportunidades para empresas do exterior”, comenta.

Para o presidente da CODEL, a inovação é um foco importante, um “ótimo canal” para o levantamento e viabilização de melhores oportunidades. “Através do planejamento do Ecossistema de Inovação identificamos cinco áreas com maior perspectiva de desenvolvimento para Londrina: química de materiais, metal mecânico, saúde, agro e TIC. Hoje, são onze governanças trabalhando o que mostra a efervescência da cidade nesse sentido. Uma atuação transversal, que atende todos os setores da nossa economia”, completa.

Pai e filha concordam que o desenvolvimento dos recursos humanos é essencial para os bons resultados de todo o ecossistema.

Atrair, reter e formar profissionais e isso, desde a infância. Na cidade, o programa WASH ensina alunos de escolas municipais a linguagem da programação através do desenvolvimento de jogos digitais. Londrina também é pioneira na capacitação de alunos através do projeto Letramento Digital, uma iniciativa da Frente Parlamentar Mista da Economia e Cidadania Digital, criado a partir de um projeto de autoria da deputada Luísa Canziani. Iniciativas que pretendem, por meio do desenvolvimento de habilidades digitais e educação tecnológica, a promoção da inclusão social.

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| Foto: Roberto Custodio

Na palma da mão, inteligência artificial exige educação para evitar uso nocivo

Para especialista, a formação de profissionais especializados em tecnologia é prioridade para que a inovação gere mais avanços do que problemas

O ano de 2023 começou com o tema da inteligência artificial invadindo a vida até de quem usa o digital apenas para diversão.

Avatares desenhados pela IA, mensagens de chat, textos fictícios e “jornalísticos” e conversas com a máquina capaz de combinar algoritmos para responder às mais variadas questões renderam debates e até pregaram peças, como aquela imagem do Papa Francisco que rodou o mundo, vestido com um casaco estiloso.

A grande verdade é que, pela primeira vez, uma tecnologia como essa da inteligência artificial está acessível a qualquer um, na palma da mão.

Como devemos nos preparar para essa revolução?

Para o mediador do Encontros FOLHA, o professor da UTFPR, Alexandre Rossi Paschoal, só a educação será capaz de minimizar os impactos de uma tecnologia, que como todas as grandes invenções da humanidade, pode ser usada para o bem ou para o mal. “A minha visão dessa revolução que estamos enfrentando é mais otimista. Podemos usar isso como oportunidade porque não é mais possível voltar atrás”, pondera. “Precisamos também reconhecer os benefícios”.

Para o pesquisador, o trabalho na educação e formação dos usuários dessas novíssimas tecnologias pode fazer toda a diferença. Seria repensar até o ensino. “Eu, como professor, já estou me atualizando. Já trabalhando como posso usar essa tecnologia a favor, tentando fazer entender que agora é preciso ensinar formas inteligentes de pensar”, defende.

“Vamos voltar a estudar filosofia, por exemplo, ler a literatura clássica porque só a informação, não basta. Temos um grande gerador de informação que inclusive, podem gerar informações erradas ou as famosas fake news. A resposta é educação para trabalhar com tecnologia. Isso sim pode trazer um bem maior para a humanidade”, diz.

Para Paschoal, a formação de recursos humanos para atuar nos setores de tecnologia é um grande ponto sensível no debate. “Independente se é a questão da computação de alta performance. Precisamos de profissionais de qualidade e essa é uma grande demanda que o setor produtivo tem. A academia não tem conseguido atender porque a demanda é altíssima e leva tempo para formar um recurso de qualidade. Esses dois trechos têm que ser equilibrados e são necessárias iniciativas de todo o ecossistema para solucionar essas questões”, afirma.

Para ele, uma das soluções seria a criação em Londrina de cursos de Inteligência Artificial e Ciências de Dados. Outro ponto importante, na opinião do especialista, é o descompasso entre o que o mercado exige e o que a academia tem de recursos para a formação desses super profissionais. “Me parece um ciclo que não se renova. A academia e a indústria poderiam unir forças para que possamos trabalhar juntos na solução de questões e potencialização de esforços e recursos. Unir para conquistar”, completa.

Referência em bioinformática

Pela primeira vez, o Paraná vai receber um Congresso Internacional de Bioinformática, uma das frentes da chamada tecnologia de alta performance e isso acontece porque o Estado conta com três dos sete programas de pós-graduação em bioinformática do Brasil.

“Uma disciplina que atende o agro, a saúde e outras áreas, todas que usam computação de alto desempenho como ferramenta para solucionar questões biológicas. Um exemplo: por que conseguimos uma vacina em tão pouco tempo?

Porque nós temos algoritmos eficientes, recursos computacionais, matemáticos e de bioinformática que ajudaram a montar o vírus, um estudo com alta qualidade”, comenta.

Para o professor, a iniciativa da Fundação Araucária junto ao ecossistema de inovação e a empresa TCS é fundamental para que a internacionalização possa ser usada para fornecer tecnologia e inovação para o desenvolvimento local e regional.

As reflexões de quem esteve lá

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Marco Kumura – diretor executivo da Marketscape

Toda a estrutura do mercado indiano é muito complexa, assim como no Brasil, e a gente pode trocar muitas experiências e trazer tecnologia para cá e também levar tecnologias para lá. O mercado indiano, além de ser gigantesco em termos de tamanho de pessoas, é muito grande também em faturamento e potencial e a gente precisa estabelecer essas pontes. Normalmente, a gente está acostumado a falar dos mercados americano, europeu e chinês, mas muito pouco do mercado indiano. Uma iniciativa como essa é uma oportunidade de estabelecer essas pontes para alavancar negócios. E se a gente puder alavancar negócios aqui em Londrina, ainda é melhor.

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Cristiane Cordeiro Nascimento, assessora de Relações Institucionais e Inovação da Fundação Araucária

A Índia tem uma expertise muito grande em computadores de alta performance e nós temos uma vontade de entrar nessa área. A Tata escolheu Londrina não foi por acaso. Nós temos pessoas, mindset, vontade e um ambiente favorável para que isso aconteça. Com tantas universidades, eu acho importante, hoje, a gente fomentar um passo a mais. O básico dentro de TI (Tecnologia da Informação) nós temos. Temos 1,6 mil empresas da área de TI e temos que ampliar essas ações. A Fundação Araucária tem esse papel, de articular o desenvolvimento regional no Paraná, o desenvolvimento sustentável, social e econômico e que possa gerar renda e benefícios.

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| Foto: Roberto Custodio
Ary Sudan - empresário

Londrina se destacou no Brasil como um centro de TI (Tecnologia da Informação) e acho que tem que caminhar nessas parcerias, principalmente com a Tata. Nos últimos anos, Londrina teve um crescimento muito grande na área industrial e a minha dúvida era se esse crescimento se devia à parte de TI, porque a TI é industrial e é serviços também. Ainda não temos essas respostas, mas com certeza a tecnologia teve seu efeito. Londrina tem muita gente trabalhando, muitas empresas em um setor que hoje é o que fatura. A grande indústria é essa indústria de conhecimento através da TI. É de uma importância muito grande a Folha trazer esse debate.

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Paulo Bassani - sociólogo, ex-professor da UEL e membro do Fórum Desenvolve Londrina

Vejo essa relação entre Brasil e Índia como muito importante porque a Índia faz parte dos Brics. Parabenizo a Folha pela iniciativa, nesse mês que a Índia passou a ter a maior população mundial. O Brasil tem que assumir o protagonismo internacional, assim como a Índia, a China e a África do Sul, para tirar o foco da dependência dos EUA e da Europa. É pensar os interesses brasileiros em relação a uma geopolítica mundial que começa a se estruturar e passa pela questão do campo e da cidade, da indústria e da agricultura, e das tecnologias envolvidas. É muito importante conhecer esses potenciais de lá e de cá e trocar essas experiências. (Colaborou Simoni Saris)