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EM REGIME DE URGÊNCIA 5m de leitura

Câmara de Londrina aprova projeto para inspetoria terceirizada nas escolas

Proposta de Belinati extingue cargos vagos para contratar mais de 200 profissionais na rede de ensino; custo anual é de R$ 12 milhões

ATUALIZAÇÃO
05 de julho de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Câmara de Londrina aprova projeto para inspetoria terceirizada nas escolas

Em primeira votação (e a toque de caixa), a Câmara Municipal de Londrina (CML) aprovou por unanimidade na noite desta terça-feira (4) o projeto de lei 130/2023. Apresentado pela prefeitura, o PL extingue vagas da função de inspetoria descrita no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) do município – desde que elas não estejam ocupadas por servidores do quadro efetivo.

A administração de Marcelo Belinati (PP) enviou a medida ao Legislativo para dar seguimento à terceirização do serviço. A intenção do Executivo é abrir espaço para a contratação via licitação de 242 inspetores para a rede municipal de ensino, conforme a secretária de Educação da cidade, Maria Tereza Paschoal. Segundo ela, o custo anual da iniciativa é estimado em R$ 12 milhões.

Protocolado pelo Executivo na última quarta-feira (28), o PL passou por tramitação célere e, já na primeira hora da sessão desta terça-feira, teve admissibilidade aprovada – procedimento necessário pelo fato de o texto alterar o PCCS. Logo na sequência, os vereadores acolheram o regime de urgência e os trabalhos foram suspensos seguidamente até que quatro comissões permanentes emitissem parecer à matéria.

“Essa questão da inspetoria é uma demanda antiga das diretoras. É mais uma ação para complementar, por exemplo, questões de detectores de metais, concertina, cerca eletrificada”, argumentou o líder do prefeito na Casa, Eduardo Tominaga (PSD).

Sindserv vê precarização

O formato da proposta foi criticado pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina. Para Fábio Molin, a terceirização prejudica as contribuições previdenciárias à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina (Caapsml) e precariza o serviço prestado à comunidade escolar. 

“Quando você lança uma licitação pelo modelo de menor preço, já sabe o que está por vir. A empresa vai tirar esse lucro na hora de contratar o trabalhador”, analisou o dirigente do Sindserv, reconhecendo, ao mesmo tempo, a demanda por inspetores na rede.

Nunca houve concurso

Atualmente, conforme a secretária de Recursos Humanos de Londrina, Juliana Bellusci, são 100 vagas de inspetoria na administração municipal – das quais cerca de 50 são distribuídas em setores da Educação e de outras secretarias, e a outra metade encontra-se desocupada. “Essas pessoas [que já trabalham como inspetor] têm seus direitos funcionais mantidos”, afirmou ela.

“A inspetoria de pátio é relacionada com controle de fluxo de pessoas, observação de comportamentos que possam ser estranhos à normalidade. Nunca teve concurso para inspetor no município. O cargo de inspetoria foi criado em 2017. Existiam profissionais [concursados] que já estavam postos à transitoriedade e o Executivo entendeu por criar o cargo de inspetor e aproveitou esses profissionais”, explicou a titular do RH.

GM nas escolas

Desde o atentando a tiros ocorrido em 19 de junho contra o Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, a CML aprovou, também em regime de urgência, o projeto de lei 76/2023, que determina a presença de ao menos um guarda municipal em todas as instituições da rede de ensino diretamente gerenciadas pela Prefeitura de Londrina.

O texto passou em definitivo no Legislativo em 22 de junho, mas, até o momento, não se tornou lei. Vereadores como Jessicão (PP), Mara Boca Aberta (Pros), Roberto Fú (PDT) e Santão (PSC) discursaram em plenário para cobrar Belinati, que precisa decidir pelo veto ou sanção até 14 de julho. “A minha preocupação é esse projeto inviabilizar o 76. Vamos continuar lutando pela sanção do prefeito”, disse o pedetista.

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