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Opinião 5m de leitura

Uma fábula moderna: os desafios nos fortalecem

Foi então que surgiu uma ideia muito criativa de, ainda em alto mar, atirar um pequeno tubarão para cada tanque

ATUALIZAÇÃO
06 de abril de 2024

Jacir Venturi
AUTOR

Japonês gosta de peixe, mas de peixe fresco. Gosta de receber visitas, porém visitas breves. Para um nipônico – uma analogia é pertinente – visita é como peixe: fresco e gostoso no primeiro dia, bom no segundo dia, mas no terceiro dia começa a cheirar mal. Deixemos de lado as visitas que entraram na história apenas para fazer blague.

Japonês gosta de pescado fresco, mas, como obtê-lo, se em suas costas marítimas não há mais peixes? Pensaram ter encontrado a solução ao construírem barcos com maior autonomia para permanecerem semanas em alto mar. No retorno, porém, ao aportarem, os pescados estavam sem viço, sem frescor. E japonês não compra pescado velho.

Nova tentativa: instalaram câmaras frigoríficas e os peixes chegavam ao porto congelados. No entanto, japonês não aprecia o pescado congelado. Sashimi assim, nem pensar! Altera o paladar!

Surge, então, uma nova ideia que parecia definitiva: aumentaram o tamanho dos navios e neles instalaram grandes tanques. Contudo, ao retornarem à costa – após semanas ao largo – os peixes estavam exauridos, com poucos movimentos. Eram mortos-vivos. E japonês não é bobo! Aperta o peixe, observa a cor das guelras, dos olhos... e não compra!

Foi então que surgiu uma ideia muito criativa de, ainda em alto mar, atirar um pequeno tubarão para cada tanque. Para saciar a fome, o tubarão devora alguns peixes. Porém, a maioria dos peixes – por terem de enfrentar o desafio – chegam ao porto bem vivos, lépidos e com boa aparência.

Moral da história: Num ambiente competitivo podemos ser engolidos pelo nosso antagonista, mas quando somos desafiados saímos fortalecidos.

Da Sabedoria Clássica à Popular (Pensamentos):

“O pior de nossos problemas é que ninguém tem nada com isso.” Mário Quintana (1906-1994), poeta gaúcho

“De tanto ver triunfar as nulidades, hei de vencer.” José Carlos Capinam (n. 1941), médico, poeta e letrista de música popular brasileira

“Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer pouco.” Edmundo Burke (1729-1797), escritor e político anglo-irlandês

Jacir J. Venturi, escritor, membro do Conselho Estadual de Educação do Paraná, foi professor e gestor de escolas públicas e privadas, da UFPR, PUCPR e Universidade Positivo.

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