O menino de 8 anos que foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Pediátrica do Hospital Evangélico de Londrina no último dia 8 de dezembro com traumatismo craniano e hematomas pelo corpo teve alta nesta terça-feira (17), conforme a assessoria do hospital. A criança já havia deixado a UTI no domingo (15) e estava na enfermaria. Nesta terça, segundo o hospital, a criança foi encaminhada a um abrigo acompanhado por uma psicóloga e uma assistente social. Ele ficará provisoriamente no local.

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. | Foto: Marcos Zanutto/Arquivo/Grupo Folha

A criança chegou ao hospital no último dia 8 após sofrer convulsões em casa. Ao chegar ao hospital, onde foi levado pelos pais adotivos, a equipe médica o examinou e constatou que tratava-se de um caso de agressão. Na ocasião, a Polícia Militar e o Conselho Tutelar foram acionados. Os pais foram encaminhados à delegacia e prestaram depoimento no dia seguinte.

Ao delegado José Arnaldo Perón, o casal assumiu que bateu na criança, mas que foi com o objetivo de "corrigir e disciplinar". Sobre os traumas na cabeça, o casal afirmou que a criança se debateu no chão e machucou-se sozinha. Além disso, afirmaram à polícia que as crises de convulsão começaram um dia após terem batido no filho adotivo.

Os pais foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado, de acordo com a delegacia Lívia Pini, do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes). No entanto, conforme a delegada, ainda cabe à Justiça acatar ou não a denúncia.

O advogado de defesa do casal, Mário Cesar Carvalho Pinto, afirmou na segunda-feira (16), que discorda da posição final da Polícia Civil em relação à conclusão do inquérito. A defesa entende que não houve tentativa de homicídio. "Os pais não desejaram a morte a criança. A defesa vai continuar nessa posição no decorrer dos próximos acontecimentos", ressaltou à FOLHA.

O casal estava com guarda provisória da criança em processo de convivência desde outubro deste ano. Todo o processo estava sendo realizado em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. O TJ-MS (Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul) foi comunicado sobre o caso e suspendeu, em regime de urgência, a guarda da criança. A Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul também determinou a abertura de procedimento para apurar o caso.

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