O menino de oito anos, vítima de maus-tratos na última semana em Londrina, saiu da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Pediátrica do Hospital Evangélico e foi transferido para a enfermaria da pediatria na tarde de domingo (15). Seu estado de saúde é considerado estável e ele permanece em observação, segundo a assessoria de imprensa da entidade.

Imagem ilustrativa da imagem Menino agredido pelos pais adotivos deixa a UTI em Londrina
| Foto: Marcos Zanutto/Arquivo Folha

O garoto está internado desde o dia 8 de dezembro, quando foi levado pelos pais após sofrer convulsões. A equipe médica examinou a criança e encontrou hematomas pelo corpo. O médico e a enfermeira que atenderam o menino constataram tratava-se de um caso de agressão e acionaram a Polícia Militar e o Conselho Tutelar. Os pais foram encaminhados à delegacia e prestaram depoimento no dia seguinte. Na ocasião, assumiram que bateram na criança com a finalidade de "corrigir e disciplinar".

A delegada Lívia Pini, do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes), concluiu o inquérito do caso e será encaminhado ao Fórum nesta segunda-feira (16). Os pais foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado, mas ainda cabe à Justiça acatar ou não a denúncia.

Na tarde desta segunda-feira, o advogado de defesa do casal, Mário Cesar Carvalho Pinto, afirmou discordar da posição final da Polícia Civil na conclusão do inquérito. A defesa entende que não houve tentativa de homicídio. "Os pais não desejaram a morte a criança. A defesa vai continuar nessa posição no decorrer dos próximos acontecimentos", ressaltou à FOLHA.

AGRESSÃO E SUSPENSÃO DA GUARDA

O menino confirmou que foi agredido pelos pais adotivos na última sexta-feira (13), segundo a delegada do Nucria. Pini informou ainda que a criança já teria falado à equipe médica que tem sentimento de repulsa ao pensar em voltar para casa.

Na última semana, o TJ-MS (Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul) suspendeu a guarda da criança em regime de urgência. Os pais ainda estavam no período prévio à adoção. Além disso, a Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul já determinou que seja aberto procedimento para apurar o caso.

(Atualizada às 15h30)