O Paraná produziu, no ano passado, 4,49 milhões de toneladas de carne de frango, 33,4% das 13,7 milhões de toneladas produzidas pelo Brasil em 2020. O volume coloca o Estado na posição de líder nacional na atividade avícola. Os dados são da Estatística da Produção Pecuária, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), as indústrias associadas foram responsáveis pelo abate de 1,95 bilhão de aves no ano passado, 4,5% a mais que em 2019, quando 1,87 bilhão de animais foram abatidos, recorde atrás de recorde. A entidade representa 45 abatedouros e incubatórios paranaenses.

Imagem ilustrativa da imagem Paraná produz um terço da carne de frango do Brasil
| Foto: Lis Sayuri/02-06-2014

“2020 foi um ano em que passamos por um dos maiores desafios da nossa geração, a pandemia. Mas mesmo com todo o cenário, o setor foi resiliente e protagonista. Bateu recorde de produção e exportação, gerando emprego e renda”, destaca José Antônio Ribas Júnior, vice-presidente do Sindiavipar.

Novos desafios

Ele acrescenta que 2021 vem trazendo novos desafios – além da continuidade da pandemia, foram registradas altas no milho, na soja, na energia elétrica, nos combustíveis e em insumos essenciais para construções de aviários e indústrias, como aço e ferro.

“Por conta desses custos adicionais, o aumento do custo do animal vivo ultrapassa os 35%. Isso é muito impactante e difícil repassar ao consumidor, com redução de renda por conta da pandemia.”

As estimativas iniciais apontavam entre 4% e 5% de crescimento do setor em 2021, mas por conta desse cenário negativo, agora é esperado, no melhor dos cenários, um crescimento zero.

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“Se esses temas não forem equacionados, podemos ter até uma produção menor. Mas temos absoluta crença que, em médio e longo prazo, continuaremos crescendo, expandindo nossa produção, atualizando tecnologicamente nossas produções e batendo recordes de exportações”, conclui.

Maior exportador

Além de principal produtor, o Paraná é também o Estado que mais exporta carne de frango no País. Responde por 40,9% das exportações brasileiras no setor. É quase o dobro das exportações de Santa Catarina, que fica em segundo lugar, com 21,6% das exportações. Na sequência vem o Rio Grande do Sul, com 16,9%. Juntos, os três Estados do Sul concentram 79,4% do frango brasileiro comercializado para outros países.

O frango, segundo principal produto exportado pelo Paraná, atrás apenas da soja em grão, respondeu por 21,6% de todo o comércio exterior paranaense em 2020, com a venda de 1,59 milhão de toneladas no ano passado. Esse total representou US$ 2,56 bilhões na balança comercial estadual, ou R$ 14,71 bilhões na cotação atual.

O principal destino é a Ásia, sendo que a China compra um quarto da carne de frango do Estado, ou 410,18 milhões de toneladas. Outros importantes mercados são os Emirados Árabes Unidos (117,77 milhões), Japão (114,1 milhões), Arábia Saudita (92,92 milhões) e Coreia do Sul (63 milhões).

Sanidade animal

As recentes mudanças no status sanitário do Paraná devem interferir positivamente em toda a cadeia de carnes paranaense, incluindo a avicultura.

O Estado recebeu, em março, parecer favorável do comitê técnico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e deu mais um passo para o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação, além de ser reconhecido como zona livre de peste suína clássica independente.

"Imagino que o Brasil possa saltar de 29 milhões de toneladas de proteínas animais por ano, fora o leite, para 35 milhões de toneladas em 10 anos. Com essa expectativa, o Paraná sairá de 6 milhões para 7 milhões ou 7,5 milhões de toneladas. Estamos crescendo bem em frango, no qual somos campeões, e em suínos, vislumbrando a liderança", avalia o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

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