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Tem criança que enxerga uma linda floresta coberta de neve em uma simples couve-flor.
Também tem criança que enxerga uma maravilhosa caverna em um surrado cobertor estendido sobre o sofá.
Obax era uma menina assim. Uma garotinha com aquele tipo de imaginação natural das crianças. Morando na região das savanas africanas, em suas brincadeiras enxergava girafas, antílopes, avestruzes e crocodilos em seixos, pedras e galhos.
Sua história está em “Obax”, obra infantil do escritor e ilustrador pernambucano André Neves relançada pela editora Brinque-Book.
Obax era uma menina capaz de enxergar uma chuva de flores após tomar banho com um sabonete cheiroso. Ou enxergar um amigo elefante em uma pequena pedra do chão.
O drama de Obax começou quando toda vez que ela contava aquilo que enxergava nas coisas, era caçoada pelos adultos. E até por algumas crianças. Imaginar era motivo de ridicularização. Todos afirmavam que aquilo que ela enxergava não era verdade. Imaginar era como mentir.
E para provar que tudo aquilo que ela via, era verdadeiro, Obax empreende uma grande jornada. Tudo para revelar que aquilo que enxergava era real em suas aventuras imaginativas.
Mesmo após dar uma volta ao mundo e contar suas aventuras, nem adultos, nem crianças, passam a creditar na realidade imaginativa de Obax. E a zombaria retorna com maior impacto.
Em “Obax”, André Neves relembra que as invenções das crianças são forças imaginativas importantes para o desenvolvimento da própria infância. E que procurar verossimilhança com a realidade, nas histórias narradas por meninas e meninos, pode representar um grande equívoco.
Tem crianças que enxergam, em um frágil ramo de capim, uma eficiente vara de pescar tubarão.
Também tem criança que enxerga, em uma descartável caixa de papelão, um suntuoso abrigo.
Serviço:
“Obax”
Autor – André Neves
Editora – Brinque-Book
Páginas – 36
Quanto – R$ 49,90