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FOLHA CIDADANIA 5m de leitura

Combate à dengue também se aprende na escola

Alunos e professores da rede municipal de ensino alertam sobre cuidados e perigos da epidemia da doença em Londrina

ATUALIZAÇÃO
15 de maio de 2023

Walkiria Vieira
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Combate à dengue também se aprende na escola

A epidemia de dengue em  Londrina acumula 11.634 casos positivos . Ao todo, a cidade registrou 43.570 notificações por suspeita da doença. Deste total, além dos casos confirmados, outros 5.061 foram descartados e 26.875 estão em andamento. São 14 óbitos e os dados integram o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 

Por meio de diferentes ações de conscientização e enfrentamento, o controle é um anseio coletivo e as escolas da rede municipal de Educação realizam um trabalho contínuo dentro e fora da sala de aula. Na prática, cada vez mais cedo, alunos entendem que por menor que seja o mosquito, não se pode subestimar as consequências que traz para a sociedade. 

Rosie Mattos é professora do Centro Municipal de Educação Infantil CMEI -  Yolanda Salgado Vieira Lima, localizado no Conjunto Habitacional Alexandre Urbanas, região Leste. Não é de hoje que os seus alunos reconhecem os perigos da dengue e também a forma de prevenir. 

Mattos explica que o tema é estudado dentro de Meio Ambiente e a cada ano, as turmas recebem lições e tarefas diferentes, de acordo com o nível em que estão. "Já realizamos caminhadas em volta da quadra da escola para distribuir panfletos para os vizinhos com o objetivo de conscientizar os moradores", recorda. 
A professora observa que seus alunos são bastante observadores e sinalizam com facilidade atitudes reprováveis como a presença de garrafas jogadas em terrenos baldios e já sabem que toda casa precisa estar com a caixa d'água fechada e todos devem estar atentos para evitar água parada - por menor que seja a quantidade. 
"Já realizamos caminhadas em volta da quadra da escola para distribuir panfletos para conscientizar os moradores", conta Rosie Mattos, professora do CMEI Yolanda Salgado Vieira Lima
 
O assunto tão sério também chega aos pequenos por meio da musicalização e uma música da Vílem Produções, letra de Serginho Vílem,  é como um hino para os estudantes. "Zum zum zum zum zum /zum zum zum zum zum /o mosquito está voando /ele mira qualquer um / zum zum zum zum zum". Assim, de modo lúdico, o assunto é parte dos estudos dos alunos, que atuam como verdadeiros multiplicadores no combate à dengue. 
Zum Zum Zum Zum Zum 
Sem fugir, sem parar sem vacilar 
vamos unir nossas forças e lutar
a patrulha chegou e o medo acabou
o mosquito vai ter que fugir 
água parada não vamos deixar
a caixa d'água nós vamos tampar
e as garrafas nós vamos virar
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Em casa e na escola, todos no combate à dengue
Vinícius Ferreira tem nove anos, está no 4º da Escola Municipal Arthur Thomas e já teve dengue três vezes. Avó, Maria dos Anjos, considera importante o trabalho realizado pela escola. "Nós moramos em uma casa e temos muito cuidado. O trabalho que a escola faz com as crianças é educativo e reforça a conscientização", diz. 
 
Cristiano Silva é pai de Ysis Helena, de sete anos, que estuda na Escola Municipal Arthur Thomas, e de Thomas Silva, de seis, aluno do CMEI Valéria Veronesi. Thomas teve dengue e a família sentiu a gravidade da situação que a cidade vive, e considera fundamental que todos sejam responsáveis para evitar a proliferação do mosquito e suas consequências.
 
Helena Menck de Souza, 7 anos, está no 1º ano da Escola Municipal Arthur Thomas e quando o assunto é dengue, mostra que sabe do que se trata. As atividades da escola estão na ponta da língua, assim como a estudante já sabe ilustrar, por meio de seus desenhos, como todos os cidadãos devem proceder no cotidiano - e a maneira como a doença debilita as pessoas. Na mochila, Souza tem um trabalho recente feito na escola e Alessandra Menck, mãe da estudante, observa com satisfação o capricho de sua filha. 
 
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Alunos escrevem carta ao prefeito de Londrina
Como parte do projeto de Residência Pedagógica do curso de Letras/ Português da UEL (Universidade Estadual de Londrina), as alunas Letícia Stefani Silveira e Victória Viude Verris desenvolveram um trabalho junto aos alunos do 9º ano do Colégio Aplicação. O projeto é disponibilizado pelo programa de bolsas de estudo da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Ao partir do tema Meio Ambiente, a proposta de desenvolvimento de cartas ao leitor foi colocada aos estudantes. "Como futuros profissionais professores de língua portuguesa, essas aulas foram dadas como aula de português", explicam. O projeto tem como professora orientadora Andréia Cunha M. Santana e professora preceptora Leslie Felismino Barbosa.
 
A experiência permitiu que os alunos do Ensino Fundamental exercitassem o gênero textual e os estudantes de Letras passassem adiante o que já aprenderam na universidade. Assertivo, o tema permitiu que todos pensassem sobre o tema e trouxessem argumentos e propostas ao prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.  
Londrina, 17 de abril de 2023.
Prezado Prefeito de Londrina,
Gostaria de lembrar que estamos em um momento delicado, onde o perigo é
difícil de ver: o mosquito da dengue. As pessoas estão sendo irresponsáveis demais, justamente por saberem que a penalidade de deixar seus quintais sujos não é grande, deveria aumentar o valor da multa e também os funcionários fiscalizando as casas. Assim, as pessoas ficam com medo da multa e fiscalização e param de deixar sujeira e água parada.
A secretaria de Saúde já alertou que estamos em epidemia de dengue e mesmo com mais de 1.500 casos, e habitantes internados os moradores continuam
deixando água parada. As pessoas deveriam parar de pensar em si mesmas e abrir os olhos para os casos de morte pela dengue.
Atenciosamente,  Jhennifer da Silva Ternivkski
 
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