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Luiz Geraldo Mazza 5m de leitura

Democracia sem adjetivos

ATUALIZAÇÃO
01 de junho de 2020

Luiz Geraldo Mazza
AUTOR

Se dois grupos que pregam a democracia se enfrentam em batalha campal na Avenida Paulista temos que saber que um deles está mentindo ou, quem sabe, os dois. Volta e meia estamos às voltas com conceituações estranhas à democracia. Já tivemos as democracias populares, que não eram uma coisa e nem outra porque assentadas em ordenamentos policiais, e no momento o divisor de águas se fixa no uso das redes sociais como forma de expressão, ainda que voltada para o direito de caluniar, difamar ou injuriar, questões capituladas como crime. O apuro das fake news e sua importância no processo eleitoral e político dominam a cena aqui e nos EUA. Teme-se que regulá-la acabe em opressão e censura e dado o radicalismo dominante há quem negue o papel que tribunais como o TSE e o STF desempenham na busca de consenso sobre a questão. 

Democracia se ajusta à sua essência quando dispensa adjetivos como social, popular, cristã ou trabalhista, afinal com comprometimentos em rótulo, tentando beneficiar uma concepção que beneficia um segmento específico e tenta engajá-la, ideologicamente falando. Pena que o debate se dá em batalha campal e não em troca de ideias, onde se percebe ingenuidade em quem carrega a Constituição como arma, enquanto o adversário se vale de uma de fogo ou um porrete. 

25% jovens 

Quase um quarto dos infectados pela Covid-19 (1.102 pessoas) no Paraná são de faixa etária de até 29 anos, de 0 a 9 anos há 126 contaminados. A média de idade de doentes é de 42 anos e em óbitos de 67. Inaplicável aqui a tese do distanciamento vertical. Um detalhe: 80% dos casos são de leves a moderados. 

Suspeitas 

Muitas das ações no Rio, São Paulo e outros grandes centros das polícias federal e estadual se voltam para desvios na área de saúde, superfaturamento de respiradores e insumos. Em unidades de saúde de Cascavel há também ações policiais com esse sentido.  

Câmbio 

Segundo o Focus, a projeção do dólar é de R$ 5,40 neste exercício e de R$ 5,08 para 2021. Com toda a dificuldade na política e na economia, não deixa de ser um respiro. A taxa baixíssima de inflação, às vezes, como já aconteceu, indicando deflação, ainda que sugira o fundo do poço, é referencial. O real se degrada como a lesma exposta ao sal.

Manifestos 

É hora de manifestos e um deles tenta a união havida pelas Diretas Já contra o autoritarismo, o mesmo espírito daquela união das quatro torcidas de futebol de São Paulo e algumas tardias como a de 535 nomes do Ministério Público defendendo a lista tríplice que não houve na indicação de Augusto Aras. O furúnculo lateja, não se sabe quando drenará. 

Folclore 

O vereador Milton (Mirto) Ansermo da Sirva dizia que o prefeito de Curitiba de 1955 tinha três erres no nome. Não era ele, cabo eleitoral-chave, mas Ney Amintas de Barros Braga. 

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