Frequentemente tenho o delicioso hábito de pedir pelo delivery uma porção de sushi ou um combinado de sashimis, de vez em quando um temaki, quando não atravesso a rua para encomendar as opções do cardápio do Bar do Japa. Noutro dia, entretanto, apesar da vontade e do desejo da culinária asiática, mais especificamente japonesa, o clima estava mais friozinho e pedia uma sopinha. Então, entre as opções do cardápio tinha a sopa de missô ou missohiro, um prato da culinária do Japão e da Ásia preparado com soja, hondashi, tofu e cebolinha. Servido bem quente, é ideal para aquecer no inverno.

Aliás, já discutimos aqui a polêmica “sopa é janta?”. Tem quem concorde, tem quem discorde categoricamente. No caso do missohiro, todavia, não podemos classificar essa espécie de sopa como janta. Até porque costuma ser servido antes do prato principal. Quando vamos em algum rodízio – o que aliás, já faz tempo que não frequento –, a sopa de missô é uma das opções de entrada. Igual quando vamos em restaurantes asiáticos especializados, por exemplo, em cozinha tailandesa ou, até mesmo, na gastronomia mongol. O missohiro não é das iguarias principais, mas, sempre tem espacinho nos cardápios.

Dizem que a sopa de missô surgiu entre a China e as Coreias. E só chegou ao Japão depois, embora a gente considere ser um tipo de gastronomia japonesa. Lá no Japão, inclusive, o inverno é bem rigoroso e, por isso, é muito comum que as pessoas o incrementem em uma refeição. Além disso, é saudável e os japoneses valorizam as coisas que fazem bem à saúde. Mas, com o tempo, o missohiro foi ganhando diferentes formas e variações e, hoje, pode ser encontrado com upgrades.

Há receitas que colocam legumes na sopa de missô, enquanto outras combinações levam caldo de peixe ou de ostras, além de caranguejo, frango e até carne de porco. Tudo pode variar conforme a região asiática ou adaptação local. O interessante é que, ao ser servida na entrada de uma refeição, parece que a iguaria funciona como uma porta de entrada para os pratos principais, ou seja, abrindo o apetite para o que vem a seguir. Talvez por isso é que muitos frequentadores de rodízios acabam por pedi-la no início da noite.

E, aí sim, dá para degustar sushis, sashimis, temakis e outras tantas iguarias japonesas e asiáticas. Claro, sempre com um bom vinho para acompanhar, porque mesmo harmonizando bem com saquê a gente não dispensa um excelente rótulo.