O mundo do champagne é um universo à parte dentro do vasto território do vinho. Com suas características próprias, suas denominações específicas e regras muito bem estabelecidas, essa bebida é envolta de charme e glamour, deliciosamente produzida para harmonizar com festas e celebrações, além de boa gastronomia. Recentemente, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais e melhor de uma casa produtora, da qual, na realidade, eu já havia degustado alguns exemplares: Moutard.

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A convite da Rede Angeloni, fui degustar uma linha de seis exemplares da vinícola Moutard, sob explicações do francês Jean Benoit, exporte manager da casa, e tradução direta de outro Jean, o sommelier chefe da rede, Jean Stelmach. Basicamente, a Moutard é uma das vinícolas mais antigas da França, localizada em Côtes des Bar, obviamente na região de Champagne. A produção, embora pequena, é reconhecida pela qualidade, transmitida de geração por geração, no mínimo, desde o século XVII.

O primeiro a degustarmos foi, na realidade, um espumante desenvolvido pelo método tradicional: Blanc de Blancs, para percebermos a leveza no paladar. Um queijinho tipo brie com mel harmoniza bem, ainda mais se for da Cruzilia, parceiro do evento. Deles, gosto também do queijo gorgonzola, normalmente com fungos bem característicos e desenvolvidos, oferecendo um sabor mais gostoso. Sempre uso essa marca para preparar meus risotos! Mas, voltando aos champagnes, o segundo na linha degustativa, de fato, é um champagne: Grand Couvé Brut, desenvolvido com 80% de Pinot Noir e 20% de Chardonnay. Na mesma composição vem o terceiro: Demi Sec, cuja diferença se dá em outros aspectos, como tempo de maturação e guarda.

É preciso uma colheita de excelência para gerar uma bebida deliciosa
É preciso uma colheita de excelência para gerar uma bebida deliciosa | Foto: Fernando Cremonez/ Divulgação/ Angeloni

O champagne que eu já havia degustado e experimentado, inclusive, comprado para fazê-lo em casa é o Rosé Dame Nesle, produzido cem por cento com uvas Pinot Noir. E isso é uma verdadeira arte, já que, para isso, é necessário saber exatamente a quantidade de cascas que devem ser utilizadas, assim como as que devem ser descartadas. Na vinícola, a colheita é realizada manualmente, já que essa é uma das regras da região. Portanto, é preciso ser preciso para uma colheita de excelência. E, enfim, para gerar o resultado mais esperado: uma bebida deliciosa.

Depois, um dos meus preferidos da noite: Vieille Vigne Arbane, uma uva rara de vinícolas plantadas desde 1952, com uma produção limitada a quatro hectares em Champagne, dos quais 2 hectares são da Moutard. De um paladar marcante, não é uma bebida para todos os gostos. Esse, especificamente, harmonizou muito bem com o queijo gorgonzola da Cruzilia e com o presunto cru da Ceratti, o qual também faz parte da minha lista de compras e que, crocante, vai muito bem num bom risoto.

Por fim, degustamos o Cuvée 6 Cepages. Como o próprio nome já diz, um blend com seis tipos diferentes de uvas: Pinot Noir, Pinot Meunier, Petit Meslier, Pinot Blanc, Chardonnay e Arbane. Algumas dessas, nunca tive a oportunidade de experimentar sozinhas. Juntas, o resultado é um aroma mais concentrado e com muita personalidade. Combinou direitinho com as pizzas da Forneria Oliva, servidas do meio para o final: além da de pepperoni, entre outras, serviram também uma doce, com chocolate branco derretido sobre frutas vermelhas. Um absurdo de deliciosas!

De maneira geral, champagnes leves e frutados, que podem ser degustados no dia a dia ou em ocasiões especiais. Afinal, aprendemos que celebrar precisa ser agora e não deixarmos para depois. Mesmo quando celebramos com exemplares mais marcantes, como os champagnes. Tim tim!