Quase dez anos após o início das obras, o CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional) de Londrina deverá, finalmente, sair no papel nos próximos meses. A construção da estrutura no conjunto Aquiles Stenghel, na zona norte, começou em 2013, entretanto, a empresa responsável abandonou os serviços no ano seguinte, com apenas 19% de execução. Desde então, o pouco que havia sido feito foi deteriorando pela ação do tempo e humana.

Em fevereiro, o Governo do Estado finalizou a licitação para contratar uma empreiteira para retomar os trabalhos. A construtora que venceu a concorrência pública é de Cascavel (Oeste) e vai receber cerca de R$ 15,1 milhões. Atualmente, quem passa pela rua Guilhermina Lahman encontra muito mato, despejo irregular de lixo e paredes inacabadas num espaço onde adolescentes deveriam ter capacitação.

Quem vive na região diz que ao longo dos últimos anos vândalos quebraram as paredes que foram colocadas em pé e até materiais foram furtados. “Esse terreno está largado. É uma tristeza ver dinheiro público jogado no lixo, já que por menos que fizeram, tiveram que pagar para a empresa. Além disso esse matagal traz animais peçonhentos para dentro das nossas casas e serve de esconderijo para bandido”, relatou a dona de casa Mercedes Moreira.

O aposentado Durval Serafim da Cruz ainda tem na memória os últimos dias dos operários na edificação do centro. “Logo que cheguei no bairro eles pararam. Lembro que tinham muitos andaimes e pediram ajuda para desmontar. Desde então nunca mais teve movimento nenhum aqui”, citou. “Espero que terminem mesmo, porque isso vai valorizar a região, as casas e trazer mais qualidade”, acrescentou.

Imagem ilustrativa da imagem Obra de centro profissionalizante será retomada em Londrina
| Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

A implantação da unidade será em um terreno doado pela prefeitura ao governo estadual em 2009, em que cedeu uma área de aproximadamente 12 mil metros quadrados. O CEEP de Londrina terá capacidade para atender até 900 estudantes, em até três turnos, com a oferta de cursos técnicos que deverão levar em conta as demandas da região no mercado de trabalho.

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ORDEM DE SERVIÇO

Serão mais de 6,5 mil metros quadrados de construção, divididos em quatro blocos. No total o local vai disponibilizar 12 salas de aula, área administrativa, cozinha, refeitório, biblioteca, banheiros, ginásio coberto, laboratórios, guarita e passarela. “Só acredito que vão concluir esse centro quando ver os operários trabalhando aqui e todos os dias. Pelo tanto de tempo que essa obra está parada, não vão aproveitar praticamente nada do que foi feito”, opinou o engenheiro de produção Juliano Oliveira.

Para a retomada foi necessária a atualização de projetos antigos. Segundo a prefeitura, a expectativa é que neste mês de março o governador Ratinho Junior venha a Londrina para oficializar a reinício das obras.

Construção foi abandonada pela empresa com apenas 19% dos serviços executados
Construção foi abandonada pela empresa com apenas 19% dos serviços executados | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

IBIPORÃ

Na região, Ibiporã também teve a construção do CEEP paralisada em 2014 em razão de denúncias de desvios na operação Quadro Negro. O centro profissionalizante no município será no jardim Pérola e os trabalhos recomeçaram no final de 2020. O custo é de R$ 7,1 milhões e o prazo de conclusão anunciado pelo Estado, para o segundo semestre do ano passado, não se cumpriu.

A unidade irá ofertar cursos de eletrônica, manutenção automotiva, edificações, segurança do trabalho e química. A reportagem não conseguiu contato com a Seed (Secretaria de Estado da Educação) e nem com o Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional), nesta segunda-feira (28), até o fechamento da matéria.

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