As antigas casas da Aeronáutica, perto do Aeroporto governador José Richa, na zona leste de Londrina, passaram por uma limpeza e pequenas intervenções para evitar invasões. Nesta quarta-feira (9), servidores de várias secretarias municipais retiraram entulhos, lixos, tocos de árvores e muros caídos. Até uma retroescavadeira foi utilizada para otimizar o serviço. Os funcionários ainda fecharam portas e algumas janelas com alvenaria.

A prefeitura conseguiu, no ano passado, o termo provisório da área, que tem cerca de sete mil metros quadrados e está dividida em dois terrenos, sendo um na avenida Santos Dumont e o outro na avenida Paul Harris. “Está em trâmite final com a aeronáutica para conseguir esse termo. Como tem posse provisória estamos adiantando na questão do projeto. Estamos fazendo o levantamento do que tem de matricula, do que vai conservar e do que não vai”, comentou Andrea Ramondini, secretária municipal do Idoso. A expectativa é que o termo definitivo saia em até 30 dias.

A ideia da pasta é criar uma vila para idoso no lugar. Um escritório particular de arquitetura executa o projeto de forma gratuita. O local abriga 17 casas e durante vistoria de técnicos do município foi concluído que quase todos os imóveis teriam que ser demolidos.

No entanto, uma nova avaliação indicou que as residências não estão com a estrutura comprometida e agora a indicação é de que apenas uma casa terá que ser derrubada - uma outra será construída no mesmo padrão. Outro fator que pesou na decisão foi a preservação da arquitetura e história dos imóveis.

Área de sete mil metros quadrados tem 17 casas
Área de sete mil metros quadrados tem 17 casas | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

A estimativa é de que até 80 idosos possam viver na vila. “As casas serão todas reformadas, adaptadas, tem uma área no fundo que não está edificada, mas que pode ser um espaço de lazer, com academia ao livre e horta”, pontuou. Como o projeto não foi finalizado, a prefeitura ainda não sabe quanto a revitalização deve custar, mas já adianta que deverá buscar recursos junto aos governos estadual e federal e de emendas parlamentares, entre outras possibilidades.

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A segunda etapa das intervenções nos imóveis - ainda sem data definida - contempla a derrubada de estruturas que não estão na planta original da matrícula junto à prefeitura, como garagens, muros e churrasqueiras, os chamados “puxadinhos”. “Quanto mais limpo estiver esse lugar e com mais visibilidade vai ficar melhor para a Guarda Municipal (cuidar)”, destacou a secretária.

IDOSOS EM VULNERABILIDADE

A vila do idoso será voltada para pessoas a partir de 60 anos, em situação de vulnerabilidade e com renda máxima de dois salários mínimos. A intenção é buscar estes idosos na fila da Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina), dando prioridade para aqueles que estão há mais tempo aguardando a casa própria. No caso da vila, as casas serão cedidas e não vendidas e o morador, enquanto estiver no lugar, terá que pagar as despesas de água e luz.

PERDÃO DE DIVÍDA

Os terrenos pertenciam ao município, porém, foram doados à União na década de 1950. Na época, os imóveis foram usados como habitação para militares da FAB (Força Área Brasileira) que trabalhavam na cidade. Depois de serem desativados acabaram abandonados. O governo aceitou devolver a área em troca do perdão de uma dívida de aproximadamente R$ 500 mil relacionada à capina e roçagem de um terreno no jardim Guararapes, também na região leste, que é da União. A remissão do débito foi aprovada pela Câmara em outubro do ano passado.

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