Imóveis ocupam um grande espaço no quadrilátero entre a avenida Santos Dumont e a rua do Pinedo e mais uma área na avenida Paul Harris: abandono e sujeira
Imóveis ocupam um grande espaço no quadrilátero entre a avenida Santos Dumont e a rua do Pinedo e mais uma área na avenida Paul Harris: abandono e sujeira | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Os avisos por toda a área indicam o atual proprietário: “comando da aeronáutica”. Entretanto, esta condição deverá mudar em breve. O complexo de casas localizado na avenida Santos Dumont, em frente à praça Nishinomiya, e na avenida Paul Harris, zona leste de Londrina, está sendo repassado pelo governo federal à prefeitura. E devem ser transformados em em moradias para idosos.

Os terrenos de aproximadamente sete mil metros quadrados pertenciam ao município, mas foram doados à União na década de 1950. Na época, os 17 imóveis que fazem parte do patrimônio da FAB (Força Aérea Brasileira) foram utilizados como habitação para militares que trabalhavam na cidade. O lugar foi desativado posteriormente e hoje está abandonado. Há cerca de dois anos, o poder público municipal iniciou negociação para a transferência de domínio. O governo aceitou, com a condição de que a prefeitura perdoasse uma dívida de aproximadamente R$ 500 mil relacionada à melhoria, capina e roçagem de um terreno próximo, que é federal. Os serviços foram executados desde 1997.

O projeto de lei autorizado a remissão dos valores foi aprovado pela Câmara Municipal em outubro. “A população está envelhecendo. Temos mais de 80 mil idosos em Londrina e a moradia para esse público é questão pública e que temos que pensar”, destacou Andrea Ramondini Danelon, secretária municipal do Idoso. A modalidade de moradia ainda não foi definida. “Vamos fazer um vila? Um condomínio fechado? Seja o que for, será pensado para o idoso de maior vulnerabilidade”, projetou. O aluguel terá valor acessível.

SUJEIRA E INSEGURANÇA

As residências ocupam um grande espaço no quadrilátero entre a avenida Santos Dumont e a rua do Pinedo e mais uma área na avenida Paul Harris. A aposentada Sonia Lima vive há 30 anos na região e diz que a situação em que está o local preocupa. “É muita sujeira, mato e água parada. Muitos vizinhos tiveram dengue. Eu mesma tive. Quando mudei para cá tinha gente morando, mas logo depois esvaziaram. Do jeito que deixaram oferece insegurança de todos os tipos”, elencou.

Imagem ilustrativa da imagem Casas na zona leste serão transformadas em moradia para idosos
| Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Quem passa nas proximidades, a poucos metros do aeroporto governador José Richa, encontra muitas folhas, galhos de árvores cortados - e que não foram retirados - e sacos de lixo acumulados. Vários vidros estão quebrados por ação de vandalismo e até colchões velhos são vistos. Os “moradores do momento” são gatos, contudo, já houve caso de pessoas em situação de rua ocuparem o lugar. “Os muros são baixos e é fácil para pular. Dando uma serventia para isso vai ser um alívio para toda a cidade, não só a zona leste”, opinou o motorista João Carlos Ribeiro.

PROJEÇÃO

De acordo com Danelon, ainda não há um prazo para que o projeto se transforme em realidade. A expectativa é de que a prefeitura receba as escrituras da União no começo do ano que vem. “Só depois disso a chave será entregue para o município e iremos ver exatamente o que precisa ser melhorado, adaptado, ir atrás de recursos. Vamos poder elaborar um plano de trabalho”, explicou. A sede da secretaria do Idoso, que funciona no prédio do prefeitura, também poderá ser levada para uma das casas.