Praticamente todos os imóveis abandonados do complexo de casas que fica nas avenidas Santos Dumont e Paul Harris, na zona leste de Londrina, terão que ser demolidos para a construção de uma vila para idosos pelo poder público municipal. Durante vistoria de técnicos da prefeitura, foi identificada apenas uma residência em condições de uso, que será mantida e deverá ser destinada para atividades administrativas ou sala de convivência. As outras 16 estão condenadas e não poderão ser aproveitadas.

Proposta da secretaria do Idoso é que área abrigue também academia da terceira idade, área de lazer, horta comunitária, entre outros
Proposta da secretaria do Idoso é que área abrigue também academia da terceira idade, área de lazer, horta comunitária, entre outros | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A ideia da secretaria municipal do Idoso é criar no espaço, que tem cerca de sete mil metros quadrados, um condomínio para pessoas da terceira idade viverem por meio de cessão da moradia, sem necessidade de pagamento de aluguel. Nesta semana, representantes de um escritório de arquitetura se reuniram com membros do Executivo para discutir o projeto. Os arquitetos aceitaram um convite para elaborarem o desenho da vila gratuitamente.

A principal proposta é que o espaço ofereça acessibilidade. “Queremos que sejam casas geminadas para conseguir construir o maior número, já que existe uma escassez de moradia. A casa deverá ter sala, cozinha, banheiro, quarto, uma pequena área de serviço”, apontou Andrea Ramondini, secretária municipal do Idoso. Deverão ser construídas entre 40 e 50 residências, com 40 metros quadrados cada.

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O restante do terreno abrigará área de lazer, horta comunitária, espaço para caminhada e academia ao ar livre. A pasta estima que existam em Londrina, atualmente, dez mil idosos morando sozinhos. “É uma área da cidade perto do aeroporto, em frente de praça (Nishinomiya), lugar estritamente residencial, propício para essa questão de moradia e bem estar. Muitos idosos chegam no final da vida pagando aluguel, remédio e tudo mais e a qualidade de vida é ruim. Queremos que tenham moradia num lugar bom para passar o final da vida”, destacou.

TRÂMITES BUROCRÁTICOS

O território onde a estrutura será levantada pertencia ao município, no entanto, foi repassado para o governo federal na década de 1950. A partir disso, os imóveis foram utilizados como habitação de militares da FAB (Força Área Brasileira) que atuavam na cidade. O local acabou desativado e desde então não recebeu mais destinação. Há cerca de dois anos a prefeitura iniciou conversas para reaver o domínio da área.

Ramondini explicou que o processo está próximo da conclusão. A prefeitura aguarda o envio do termo de cessão pela aeronáutica, o que pode acontecer nos próximos dias. “A partir do momento que recebermos as chaves nossa preocupação é manter aquele terreno limpo por conta do entorno, dos moradores”, ressaltou.

Imagem ilustrativa da imagem Imóveis terão que ser demolidos para construção de vila para idosos em Londrina
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

RECURSOS

Após o terreno voltar a fazer parte do patrimônio do município oficialmente e o projeto estiver pronto, a secretaria terá que ir atrás de dinheiro para a construção da vila. Uma das propostas é captar recursos junto a grandes empresas, que podem destinar parte do Imposto de Renda para o Fundo Municipal do Idoso. A obra do CCI (Centro de Convivência do Idoso) da Zona Norte, por exemplo, foi viabilizada neste formato de captação. “O projeto deverá ser finalizado em 90 dias. Com ele em mãos abre caminhos para buscar recursos e até junto aos governos.” O projeto será elaborado gratuitamente pelos arquitetos Paula Simões Viotto, Henrique Rainato Vieira e Camila Benine Forbeck.

A formatação para escolha dos moradores ainda não foi totalmente definida, mas já existem algumas deliberações. “Serão idosos ou filhos idosos, casal de idosos em situação de vulnerabilidade, com renda entre um a três salários mínimos, que não possuem moradias próprias. Vai viver ali até o falecimento, depois passa para outra pessoa”, elencou a secretária. A lista de inscrição da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina) também poderá ser utilizada.

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CONDOMÍNIO

Outro projeto em benefício à terceira idade que está em andamento é o da construção de um condomínio horizontal para idosos de baixa renda por meio do programa Viver Mais, do Governo do Estado. De acordo com Andrea Ramondini, está sendo finalizado o checklist exigido pelo governo em relação ao terreno. A área escolhida fica entre as ruas Arcindo Sardo e Manoel Carlos Ferraz de Almeida, no jardim Império do Sol, região oeste.

A construção é responsabilidade do Estado, enquanto que a contrapartida da prefeitura é repassar o terreno para a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), o que vai demandar de um projeto de lei aprovado pelos vereadores na Câmara. Nesta iniciativa, os escolhidos poderão residir nas residências por tempo indeterminado, sozinhos ou em casais, com o pagamento de uma contrapartida mensal de 15% do salário-mínimo.

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