Londrina é a segunda maior cidade do Paraná e, por consequência, o segundo principal colégio eleitoral do Estado, com mais de 393 mil eleitores. Entretanto, o município não tem conseguido converter sua importância populacional e econômica em representatividade na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e na Câmara dos Deputados. O município segue com três cadeiras na Assembleia. Se considerar a região metropolitana são quatro. Na Câmara também manteve três lugares.

Com domicílio eleitoral em Londrina foram eleitos para a Alep Tiago Amaral (PSD), Tercílio Turini (PSD) e Cloara Pinheiro (PSD). A cidade tem 5,5% das 54 vagas. Cobra Repórter (PSD) é de Rolândia. Deputado estadual na atual legislatura, Boca Aberta Junior (PROS) não conseguiu a reeleição.

Já Filipe Barros (PL), Luisa Canziani (PSD) e Diego Garcia (Republicanos) conseguiram um novo mandato em Brasília. Ou seja, 10% das 30 cadeiras paranaenses na Câmara são de pessoas que vivem em Londrina.

Durante a campanha no primeiro turno, entidades da sociedade civil londrinense lançaram uma campanha para incentivar a população a votar em candidatos da região.

“Foi uma campanha (das entidades) robusta. Se pegar a votação dos vereadores que foram candidatos foi expressiva. Mas do que eleitos ou não foi a união das entidades, criando essa ideia que vai se perpetuar, uma maneira inteligente de conversar com a população”, destacou o presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), Marcelo El Kadre, que também disse não acreditar que a baixa representatividade vai prejudicar as demandas da cidade.

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Diretor Comercial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona afirmou que a manutenção dos candidatos com mandato vai possibilitar a continuidade da defesa das pautas de Londrina em Curitiba e no Congresso. “Os três reeleitos (na Câmara Federal) são deputados com experiência e isso é bom, porque não tem interrupção do que estava sendo feito na participação deles na nossa necessidade. Tivemos um ganho com a Cloara, que é do partido do governador, vai ter acesso bom ao governo”, elencou.

VOTOS DIVIDIDOS

As instituições acreditam que o grande número de vereadores candidatos, por exemplo, pode ter feito com que os votos ficassem pulverizados. Dos 19 parlamentares, 13 tentaram uma cadeira na Alep ou na Câmara. Os seis que queriam ser deputados estadual somaram 66.749 votos. Já os sete que estavam de olho no cargo de deputado federal tiveram, juntos, mais de 107 mil vagas.

Se os votos tivessem se concentrado em poucos candidatos, por exemplo, Londrina poderia ter tido mais dois deputados estaduais eleitos e mais um federal. “Precisamos fazer um trabalho de incentivar as pessoas (envolvidas na política) a conversar, fazendo um plano macro para a região. Quanto mais eleitos, mais Londrina terá força e voz para cobrar e pedir. Tenho certeza que tudo é aprendizado e estamos muito atentos”, ponderou El Kadre.

DEPUTADOS ‘DE FORA’

Para tentar reforçar as demandas londrinenses juntos às autoridades, um dos caminhos é procurar deputados que tiveram boa votação na região metropolitana, mesmo sendo de outras localidades do Estado. “O Deltan Dallagnol (Podemos) e o Beto Preto (PSD), por exemplo, foram bem votados e podemos trazê-los para nossa pauta, mostrar que o voto daqui também fez diferença”, comentou Pamplona. “Entre nossas pautas está o aeroporto, em que temos um problema série e que precisa ser resolvido, tanto na esfera federal, como na estadual.”

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