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Política 5m de leitura

Bolsonaristas desmontam acampamento em frente ao Tiro de Guerra

Após decisão do STF tendas e barracas foram retiradas da zona leste

ATUALIZAÇÃO
10 de janeiro de 2023

Guilherme Marconi
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Bolsonaristas desmontam acampamento em frente ao Tiro de Guerra

Após 70 dias acampados em frente ao Tiro de Guerra de Londrina, na zona leste, os manifestantes bolsonaristas desmontaram na tarde dessa segunda-feira (9) as tendas e barracas montadas em frente ao quartel. O grupo estava acampado desde o dia 30 de outubro de 2022 após não aceitarem a derrota nas urnas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que perdeu as eleições para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A desmobilização foi feita de forma pacífica após negociação com a PM (Polícia Militar) que foi ao local para cumprir ordem judicial assinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.  O comandante do 5º batalhão da PM em Londrina, tenente-coronel Nelson Villa esteve pessoalmente no local e leu a ordem judicial em voz alta para o grupo. Entretanto a  equipe de reportagem da FOLHA foi hostilizada por um grupo de manifestantes. Um homem chegou ameaçar bater na nossa equipe de reportagem mesmo estando em frente a um capitão da PM.    

Ao todo quatro oficiais da polícia militar em duas viaturas observavam a poucos metros de distância a retirada da estrutura montada no local, mas nenhuma outra ocorrência foi registrada. Dois banheiros químicos que estavam no acampamento foram recolhidos no início da tarde, o restante dos apetrechos como lonas, bandeiras do Brasil, cadeiras e garrafões de água foram recolhidos e levados por carros dos próprios manifestantes. Um outro veículo com guindaste que portava uma bandeira também foi retirado do local. 

A tenda principal de 10 metros de largura começou a ser desmontada às 16 horas por uma empresa de locação de Londrina. A FOLHA fez uma consulta por telefone e o aluguel da mensal da tenda custa R$ 2.500,00, mas os financiadores não foram encontrados.  Para os 70 dias de acampamento, o aluguel da tenda gira em torno de R$ 6 mil. 

 
 

Os manifestantes não quiseram dar entrevista e questionaram o fato da imprensa não ter passado em outros momentos para acompanhar o 'movimento'. Alguns carros com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que não concordaram com o resultado das urnas passavam pelo local calados, ficavam alguns minutos e saíam em seguida. A maioria era de homens adultos e senhores e senhoras idosas.

A decisão para desobstruir os quartéis foi publicada no início da madrugada desta segunda e determina que a retirada dos acampamentos deve ser realizada, em 24 horas, pela Polícia Militar, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal, se necessário, devendo o Governador do Estado e Distrito Federal ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal. Em entrevista coletiva durante a manhã em Curitiba, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, informou que reuniu a Polícia Militar e responsáveis para fazer a retirada das pessoas da frente dos quartéis do Estado, incluindo as três bases com mobilização de acampamentos na capital nos bairros Boqueirão, Pinheirinho e Bacacheri.

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