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93,5% SÃO CONTRA 5m de leitura

Apesar de rejeição, Câmara vai debater aumento de cadeiras

Para presidente da Casa, medida não é "especificamente projeto para aumentar"; ele defende mudanças na comunicação com a população

ATUALIZAÇÃO
11 de agosto de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Apesar de rejeição, Câmara vai debater aumento de cadeiras

Apesar de considerar “importante analisar os números” que apontam mais de 90% de rejeição do público a um eventual aumento de vereadores na cidade, o presidente da Câmara Municipal de Londrina (CML), Emanoel Gomes (Republicanos), reforçou em entrevista à FOLHA que a fixação de cadeiras para a próxima legislatura (2025-2028) será colocada em pauta pela Mesa Executiva comandada por ele.

Porém, conforme o chefe do Legislativo, a medida, ainda não oficializada e agora chamada por Gomes de “grande especulação”, não implica necessariamente em aumento de assentos. “Aqui não tem projeto, não há minuta e nunca levamos a todos os vereadores esse tipo de fala, se vai aumentar, diminuir, manter o que está.”

“Essa mesa tem que fazer, que é dizer como a próxima legislatura vai trabalhar. E isso vai acontecer, e não quer dizer especificamente que vai ter que entrar um projeto para aumentar de 19 para 21, 23 ou 25, ou que vai diminuir. É um debate que acho que a gente vai ter que trazer depois”, declarou o presidente.

REJEIÇÃO E DESCONHECIMENTO

A mais recente rodada da pesquisa de opinião pública realizada nesta semana em parceria entre o Instituto Multicultural, FOLHA e Paiquerê 91,7 mostrou que 93,5% dos entrevistados são contra a ampliação de cadeiras na CML. Ao mesmo tempo, 71% disseram desconhecer a atual quantidade de vereadores em Londrina. Entre os 29% que afirmaram saber do dado, só 9,5% acertaram ao responder que são 19 parlamentares.

“Se as pessoas conhecessem e soubessem da importância do poder Legislativo, e quanto foi difícil nós conseguirmos esse passo na democracia e esse poder fiscalizador instituído, acredito que os números seriam diferentes, as pessoas olhariam de outra ótica”, analisou Gomes.

INDIFERENÇA PREDOMINA

Durante a última década, foram cinco levantamentos do Instituto Multicultural tratando da percepção da população sobre o Legislativo  (2013, 2017, 2019, 2021 e 2023). A avaliação positiva da imagem da CML atingiu seu segundo menor número na atual pesquisa, com um montante de 9%. O maior percentual, de 2013, marcou 22,8% — posteriormente, o dado oscilou em patamares inferiores, com 4,5% em 2017 (o menor da série), 13% em 2019 e 10,5% em 2021.

A análise negativa da imagem da Casa marcou seu pico também em 2017, chegando a 40% — em 2013, havia sido de 18,7%. Os demais anos mostraram menor fatia de descontentes: 34% em 2019, 15% em 2021 e 17% em 2023.

Entre negativos e positivos, predomina, porém, a indiferença. Para a maior parcela dos entrevistados, a imagem do parlamento local tem se mantido estável nos últimos 10 anos, período que abrange três legislaturas diferentes. O índice de moradores que consideram que a condição do Legislativo é a “mesma de sempre, não mudou nada” varia entre 41,5% em 2013 e 66,5% em 2023.

Sem entrar em detalhes por, segundo ele, “estar amadurecendo ideias”, Gomes comentou que o Legislativo precisa “mudar a maneira de se comunicar”. “A gente tem que trabalhar para melhorar o relacionamento com as pessoas”, observou o presidente.

BELINATI COMENTA

Com aprovação de 64,5%, a segunda maior da série histórica que teve início em 2017, o prefeito Marcelo Belinati (PP) se disse “honrado e grato” com o dado trazido pela pesquisa deste mês.

“É uma das maiores aprovações de prefeito do Brasil [...] Claro, tem muita coisa ainda por se fazer, e o nosso compromisso é exatamente continuar trabalhando cada vez mais para atender as necessidades da nossa população”, prometeu Belinati em declaração enviada por sua assessoria de imprensa. Para o chefe do Executivo, a cidade vive um momento “muito bom” por conta de ações como as obras públicas de infraestrutura executadas pela prefeitura.

MARA BOCA ABERTA RENUNCIA À COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO

A vereadora Mara Boca Aberta (Pros) decidiu deixar a vice-presidência da Comissão de Administração, Serviços Públicos, Fiscalização e Transparência. A renúncia foi oficializada na sessão desta quinta-feira (10).

Em reunião do colégio de líderes partidários, ficou acordado que Chavão (Patriota), até então integrante do grupo, passa para a posição ocupada pela parlamentar. O novo membro é Matheus Thum (PP), que também é vice-líder do prefeito Marcelo Belinati (PP). 

Segundo a Boca Aberta, sua saída ocorreu por conta de “falta de espaço e autonomia”. Em março, ela tentou emplacar a criação de uma Comissão Especial (CE) exclusiva para fiscalizar a problemática obra da prefeitura na trincheira das avenidas Leste-Oeste e Rio Branco, mas viu sua proposta ser derrotada em plenário com 8 votos contrários e 6 favoráveis.

“Obras da nossa cidade estão em atraso, com aditivo, mas infelizmente não consigo atuar da maneira como eu gostaria [...] Vou continuar fazendo a fiscalização também através de outras comissões”, disse para justificar a saída.

Já o presidente da comissão, Mestre Madureira (PP), alegou que Boca Aberta “sempre teve autonomia”, mas afirmou que ele não faz o que chamou de “visita vazia”. “Quero ter dados na mão: contrato, edital, porcentagem da obra. Se precisar usar um tom mais pesado contra a prefeitura, eu usaria, mas com documentos em mãos, não achando”, rebateu o vereador, que já foi líder do prefeito nesta legislatura.

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