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Opinião 5m de leitura

EDITORIAL: Falta uma campanha nacional contra a dengue

Chama atenção que o Brasil, historicamente, sempre foi um país que tinha um programa de vacina com altas coberturas

ATUALIZAÇÃO
25 de março de 2024

Adriana de Cunto
AUTOR

A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) do Paraná divulgou nesta segunda-feira (25) que o Estado aplicou 19.694 vacinas contra a dengue até essa data.  O número representa 56,22% das 35.025 doses da Qdenga, imunizante produzido pela farmacêutica Takeda, distribuídas pelo governo federal no final de fevereiro para os paranaenses. 

Conforme definido pelo Ministério da Saúde, a faixa prioritária atual para a imunização é de 10 a 14 anos. Trinta municípios paranaenses receberam o imunizante, sendo 21 da 17ª Regional de Saúde de Londrina, com 23.064 doses, e nove da 9ª RS de Foz do Iguaçu, com 11.961.

O Paraná é o 4º estado do País com a maior incidência de dengue, atrás do Espírito Santo, Minas Gerais e Distrito Federal, conforme dados do Informe nº 6 do Centro de Operação de Emergências (COE) do Ministério da Saúde.

O último boletim divulgado pela Sesa registra 263.077 notificações de possíveis casos da doença, 113.194 confirmações e 60 óbitos.

É bastante preocupante a baixa procura pela vacinação contra a dengue, movimento que está presente em todo o país. Como vimos acima, no Paraná o índice de cobertura não chega a 60%. 

Chama atenção que o Brasil, historicamente, sempre foi um país que tinha um programa de vacina com altas coberturas, muitas vezes ficando acima do que era proposto pelas autoridades de saúde. 

Infelizmente, nos últimos anos, o movimento negacionista para vacina e teorias da conspiração sobre a eficácia dos imunizantes falaram muito alto, inclusive por parte de autoridades públicas, como políticos e influenciadores digitais. 

Esses comportamentos afetaram a confiança na ciência e contribuíram para um baixo índice de cobertura da Qdenga, apesar de toda a gravidade da epidemia de dengue que atinge muitos municípios. 

É preciso considerar ainda que a falta de uma campanha nacional coordenada contra a dengue e pela vacinação agrava ainda mais o problema. Esse trabalho de conscientização precisa ser permanente.

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