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Opinião 5m de leitura

EDITORIAL - Preços nas alturas

ATUALIZAÇÃO
29 de abril de 2021

Folha de Londrina
AUTOR

Pouco mais de um ano depois que a pandemia do novo coronavírus mudou a vida dos brasileiros, ainda chama atenção todas as mudanças comportamentais e de saúde na vida das pessoas e  também como a economia acabou sendo afetada. Falando especificamente de preços, a cada ida a um supermercado, feira e farmácia, os consumidores deixam mais dinheiro. E a inflação lá em cima também não poupou os produtos médicos. 

Desde os primeiros meses da pandemia, a FOLHA vem noticiando o aumento nos preços de máscaras descartáveis, luvas para hospital e muitos outros itens do dia a dia de um hospital, posto de saúde, clínicas e consultórios. Na edição desta quinta-feira (29), a reportagem mostrou o quanto a inflação atingiu um produto essencial,  o oxigênio  medicinal. 

A Prefeitura de Londrina terá que desembolsar um pouco mais de dinheiro no novo contrato emergencial que está sendo desenhado para fornecimento de oxigênio para a rede municipal de saúde. No atual modelo, o valor do metro cúbico é de R$ 5,71, mas o aumento do consumo por causa da pandemia fez com que o preço mínimo disparasse para R$ 17,89. 

E ainda não é o valor mais caro praticado no Norte do Paraná. A Secretaria de Gestão Pública de Londrina comparou este índice com os preços pagos por outras cidades, como  Ribeirão do Pinhal, município do Norte Pioneiro, bem menor que Londrina. Lá, o município  paga R$ 25,60 pelo metro cúbico.

Em outros estados, segundo a secretaria, o valor sobe ainda mais. É o caso de Floriano, no Piauí, que paga R$ 46,50. Já a administração de Capanema, no Pará, está pagando R$ 35.

Por outro lado, em  Maringá, no Noroeste do Paraná, o poder público paga R$ 13,50 pelo item.

O contrato emergencial foi a opção escolhida por Londrina depois que a fornecedora atual  não se interessou em prorrogar o vínculo firmado em 2018, porque "os valores contratados anteriormente já não são compatíveis com os vigentes no mercado".

Nesse momento de pandemia, em que as compras públicas têm sido  flexibilizadas e as prefeituras, Estados e União firmam contratos emergenciais, é comum as denúncias de abuso e  elevação injustificada de preços. É uma prática nociva, que causa danos ao erário público e ao bolsos dos consumidores.

Em um momento de extrema necessidade, não é possível que se trate os insumos médicos e hospitalares com base na lei da oferta e procura. A primeira solução a ser estudada é entender se há escassez e como resolver. E se há aumento abusivo, entender o porquê e tomar as medidas cabíveis, entre eles a denúncia aos órgãos de defesa do consumidor. 

A FOLHA agradece a preferência! 

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