EDITORIAL - País precisa de uma resposta rápida contra a escalada da inflação
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quarta-feira, 04 de agosto de 2021
Folha de Londrina
A população brasileira já vinha sentido o impacto da alta de preços dos alimentos durante a pandemia da Covid-19. As geadas registradas em julho só vieram aumentar a angústia de quem vai ao mercado para comprar os itens básicos da cesta básica.

Pesquisa realizada pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas), da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal), campus Londrina, mostrou que o preço médio da cesta básica para uma pessoa adulta fechou o mês de julho a R$ 500,64, com alta de 3,96% em relação ao mês anterior. Em junho, a cesta custava em média R$ 481,58. Para uma família de dois adultos e duas crianças, o valor atingiu os R$ 1.501,93. No período de doze meses, os alimentos só superaram a faixa dos R$ 500 em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Dos 13 itens que compõem a cesta, oito apresentaram aumento em relação ao mês anterior - batata, banana, tomate, café, margarina, óleo de soja, açúcar e pão. Já o feijão, a farinha de trigo, o leite, o arroz e a carne tiveram redução de preços.
A batata, a banana e o tomate foram os itens que apresentaram maior variação positiva. Feijão, farinha e leite tiveram as maiores quedas. A carne, que é o produto com maior peso na cesta básica (48,2% em julho), teve queda de 1,07%, a R$ 36,54 a média do quilo do coxão mole, contra R$ 36,93 no mês anterior.
O economista Marcos Rambalducci, coordenador do NuPEA e colunista da Folha de Londrina, disse que para agosto a expectativa é de uma nova alta de preços, pois ainda não foi possível captar os prejuízos da intensa onda de frio da última semana de julho.
A elevação inflacionária, fantasma que voltou a atormentar o brasileiro, reduziu o poder de compra do trabalhador e o preço dos alimentos foi um dos grandes responsáveis.
Se em junho a compra da cesta exigia 43,7% da jornada de trabalho de quem ganhava um salário mínimo nacional, em julho, exigiu 45,4%. A pesquisa mostrou que em relação ao salário mínimo paranaense, foi preciso 32,8% da jornada de trabalho para adquirir uma cesta em junho. Em julho, o índice subiu para 34,1%.
Essa escalada do preço dos alimentos é dramática porque retira do prato dos mais vulneráveis alimentos essenciais. O tema da inflação é, certamente, um dos piores fantasmas que assombram os brasileiros. Quem viveu a época da hiperinflação, na década de 1980, se assusta, hoje, cada vez que passa pelos corredores de um supermercado.
A inflação é cruel porque empobrece a população e agrava ainda mais a desigualdade social. Ela é um fenômeno complexo que envolve fatores internos e externos. Nem tudo está relacionado com o governo. Mas é importante que o país reaja e que o Ministério da Economia apresente respostas para evitar que o cenário se agrave.
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