A população brasileira já vinha sentido o impacto da alta de preços dos alimentos durante a pandemia da Covid-19. As geadas registradas em julho só vieram aumentar a angústia de quem vai ao mercado para comprar os itens básicos da cesta básica.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - País precisa de uma resposta rápida contra a escalada da inflação
| Foto: Gustavo Carneiro

Pesquisa realizada pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas), da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal), campus Londrina, mostrou que o preço médio da cesta básica para uma pessoa adulta fechou o mês de julho a R$ 500,64, com alta de 3,96% em relação ao mês anterior. Em junho, a cesta custava em média R$ 481,58. Para uma família de dois adultos e duas crianças, o valor atingiu os R$ 1.501,93. No período de doze meses, os alimentos só superaram a faixa dos R$ 500 em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Dos 13 itens que compõem a cesta, oito apresentaram aumento em relação ao mês anterior - batata, banana, tomate, café, margarina, óleo de soja, açúcar e pão. Já o feijão, a farinha de trigo, o leite, o arroz e a carne tiveram redução de preços.

A batata, a banana e o tomate foram os itens que apresentaram maior variação positiva. Feijão, farinha e leite tiveram as maiores quedas. A carne, que é o produto com maior peso na cesta básica (48,2% em julho), teve queda de 1,07%, a R$ 36,54 a média do quilo do coxão mole, contra R$ 36,93 no mês anterior.

O economista Marcos Rambalducci, coordenador do NuPEA e colunista da Folha de Londrina, disse que para agosto a expectativa é de uma nova alta de preços, pois ainda não foi possível captar os prejuízos da intensa onda de frio da última semana de julho.

A elevação inflacionária, fantasma que voltou a atormentar o brasileiro, reduziu o poder de compra do trabalhador e o preço dos alimentos foi um dos grandes responsáveis.

Se em junho a compra da cesta exigia 43,7% da jornada de trabalho de quem ganhava um salário mínimo nacional, em julho, exigiu 45,4%. A pesquisa mostrou que em relação ao salário mínimo paranaense, foi preciso 32,8% da jornada de trabalho para adquirir uma cesta em junho. Em julho, o índice subiu para 34,1%.

Essa escalada do preço dos alimentos é dramática porque retira do prato dos mais vulneráveis alimentos essenciais. O tema da inflação é, certamente, um dos piores fantasmas que assombram os brasileiros. Quem viveu a época da hiperinflação, na década de 1980, se assusta, hoje, cada vez que passa pelos corredores de um supermercado.

A inflação é cruel porque empobrece a população e agrava ainda mais a desigualdade social. Ela é um fenômeno complexo que envolve fatores internos e externos. Nem tudo está relacionado com o governo. Mas é importante que o país reaja e que o Ministério da Economia apresente respostas para evitar que o cenário se agrave.

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