O preço médio da cesta básica para uma pessoa adulta fechou o mês de julho a R$ 500,64, com alta de 3,96% em relação ao mês anterior. Em junho, a cesta custava em média R$ 481,58. Para uma família de dois adultos e duas crianças, o valor atingiu os R$ 1.501,93. No período de doze meses, os alimentos só superaram a faixa dos R$ 500 em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Bata foi o 'vilão' da cesta básica em julho, com alta de 43%
Bata foi o 'vilão' da cesta básica em julho, com alta de 43% | Foto: Roberto Custódio/02-03-20

Os dados foram divulgados no último sábado (31) pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas), da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal), campus Londrina. A pesquisa foi realizada no dia 30 de junho em 11 supermercados da cidade considerando o menor preço dos 13 produtos que compõem a cesta básica.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando era vendida a R$ 390,23, a cesta apresentou aumento de 28,3%. Desde o dia 1º de janeiro, os itens tiveram redução de 0,9%. Em 12 meses, a variação é de 18,5%.

Dos 13 itens que compõem a cesta, oito apresentaram aumento em relação ao mês anterior - batata, banana, tomate, café, margarina, óleo de soja, açúcar e pão. Já o feijão, a farinha de trigo, o leite, o arroz e a carne tiveram redução de preços.

A batata (43%), a banana (32,1%) e o tomate (23,7%) foram os itens que apresentaram maior variação positiva. Feijão (-4,9%), farinha (-4,6%) e leite (-2,6%) tiveram as maiores quedas. A carne, que é o produto com maior peso na cesta básica (48,2% em julho), teve queda de 1,07%, a R$ 36,54 a média do quilo do coxão mole, contra R$36,93 no mês anterior.

Segundo o economista Marcos Rambalducci, coordenador do NuPEA, o frio mais intenso deste inverno tem prejudicado a oferta de produtos in natura, elevando os preços de itens da cesta básica, principalmente a batata, a banana e o tomate.

"A geada prejudicou muito as áreas plantadas com batata e embora não tenha afetado aquelas já formadas, fez com que o agricultor escalonasse a colheita para ter o que entregar em razão da plantação perdida. Isso reduziu a oferta do produto no mercado. A banana teve menor oferta devido ao frio que segura a maturação do fruto. No caso do tomate a estiagem tem contribuído para redução na produção. A geada também fez com que os cafezais fossem prejudicados disparando o preço no mercado externo e afetando o mercado interno também."

Os produtos que tiveram redução de preços não foram capazes de compensar a alta destes produtos, acrescenta o economista.

Para agosto, a expectativa é de uma nova alta nos preços, avisa Rambalducci. "Isso porque a carne e o leite devem apresentar elevação nos custos de produção e ainda não foi possível captar os prejuízos do frio da última semana."

ECONOMIA

Se o consumidor se dispusesse a comprar os produtos de menor preço em cada um dos supermercados pesquisados, conseguiria adquirir a cesta por um valor 18% menor (R$ 409,89). Já se adquirisse todos os itens no supermercado com os menores preços, faria economia de 10%, pagando R$ 450,42 pela cesta. Por outro lado, se comprasse a cesta no supermercado mais caro, pagaria 6,6% mais caro pelos itens (R$ 533,60), o que reforça a importância da pesquisa de preços.

PODER DE COMPRA

Em julho, o trabalhador viu seu poder de compra reduzido em decorrência do aumento do preço dos alimentos. Se em junho a compra da cesta exigia 43,7% da jornada de trabalho de quem ganhava um salário mínimo nacional, em julho, exigiu 45,4%. Em relação ao salário mínimo paranaense, foi preciso 32,8% da jornada de trabalho para adquirir uma cesta em junho. Em julho, o índice subiu para 34,1%.