O Brasil é um dos países que ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de violência contra a mulher, incluindo o feminicídio, que é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher, motivado por ódio, desprezo ou pelo sentimento de perda do "controle" sobre elas.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Epidemia de violência contra a mulher
| Foto: iStock

Observa-se que o feminicídio, muitas vezes, decorre de violência contínua a qual a vítima era submetida. Nesta semana, em Londrina, um homem foi condenado a 33 anos e quatro meses de prisão por matar sua ex-companheira.

O açougueiro Alan Borge foi julgado pela morte de Sandra Mara Curti. Quatro qualificadores influenciaram a pena máxima. São elas: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da mulher e feminicídio. A pena foi aumentada, inclusive, pelo crime ter ocorrido na frente do filho de 12 anos do casal.

Sandra Mara Curti era servidora da Universidade Estadual de Londrina e morreu aos 43 anos após sofrer golpes por faca desferidos pelo agora condenado na casa onde moravam.

Infelizmente, a história de Sandra não é incomum. Em 2019, a organização internacional Human Rights Watch afirmou, com base em um relatório de 2017, que o Brasil enfrentava uma epidemia de violência doméstica. Há quatro anos, o país registrou 4.539 assassinatos de mulheres, sendo que pelo menos 1.133 foram vítimas de feminicídios.

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Em meio ao isolamento social, devido à pandemia do coronavírus, a situação de violência contra a mulher piorou no Brasil. Em 2020, o país registrou 1.350 casos de feminicídio - um a cada seis horas e meia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número é 0,7% maior comparado ao total de 2019.

O combate a esse tipo de violência ganhou força em 2006, com a elaboração da Lei Maria da Penha. Mas ainda é um problema muito complexo porque envolve questões culturais que não influenciam apenas os indivíduos, mas instituições da sociedade. A situação resulta da banalização da violência por parte da sociedade, das falhas dos serviços de atendimentos especializados e até da aceitação da vítima pela violência sofrida.

Não tem outra saída: diminuir a violência doméstica envolve acabar com a desigualdade entre homens e mulheres no campo cultural, econômico e político.

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