Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - A terceira dose da vacina contra a Covid
| Foto: Gustavo Carneiro/ 09/7/2021

Com o avanço da variante delta, o Ministério da Saúde começa a considerar a aplicação de uma terceira dose do imunizante contra a Covid-19 na população brasileira. Nesta quarta-feira (18), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adiantou que a estratégia repetirá o esquema já utilizado pela pasta no começo do ano, atendendo os grupos prioritários. A aplicação da dose extra da vacina começará por profissionais de saúde e idosos.

Não há uma previsão de quando a terceira dose começaria a chegar no braço do brasileiro, pois o Ministério da Saúde aguarda resultados de pesquisas científicas indicando, por exemplo, se a pessoa deve receber o mesmo imunizante ou de outra marca e em qual momento fazer a aplicação.

"Pessoas com duas doses podem adoecer, inclusive em formas graves, mas se compararmos os que se vacinaram com duas doses e aqueles que não receberam a vacina, o benefício da imunização é inconteste", declarou Queiroga, alertando para a importância das pessoas se vacinarem.

Há outras decisões a serem tomadas pelas autoridades sanitárias. Em setembro, os técnicos do ministério divulgam se haverá redução do intervalo entre as doses da Pfizer de cerca de 3 meses para 21 dias, como orienta a bula do imunizante. Caso a mudança no esquema de vacinação da Pfizer se concretize, a perspectiva é completar a imunização de adultos com duas doses no fim de outubro.

O avanço da variante delta está assustando o mundo todo. Com uma carga viral muito superior a das mutações anteriores e um poder de contágio maior, alguns países já começaram a aplicar a terceira dose. Os vizinhos Uruguai e Chile, que têm 70% da população já vacinada, iniciaram a aplicação da dose extra. Os dois países são os mais avançados na vacinação na América do Sul.

Os EUA anunciaram que vão oferecer a terceira dose do imunizante contra a Covid-19 a partir de 20 de setembro, para quem foi vacinado há pelo menos oito meses com Pfizer-BioNTech ou Moderna. Os especialistas aguardam os resultados de estudos para então decidirem se haverá reforço para quem recebeu a dose única da vacina da Johnson & Johnson.

É importante ressaltar que autoridades de saúde de vários países vêm alertando que as pessoas que receberam a dose única da Johnson & Johnson e as duas doses das outras marcas têm um bom grau de proteção contra os piores efeitos da Covid-19 que levam o doente à internação hospitalar com gravidade.

O início imediato da aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 preocupa a OMS (Organização Mundial da Saúde) prevendo um desequilíbrio entre as nações ricas e as mais pobres, que têm dificuldades de acesso ao imunizante e por isso estão com as taxas de imunizados baixas. As mutações do Sars-Cov-2 estão aí para mostrar que enquanto o mundo não estiver vacinado, o perigo de surgimento de novas cepas é grande.

Leia mais: OMS critica movimentos antivacinas

Enquanto as autoridades analisam a aplicação da dose extra, o melhor que a população faz é vacinar-se quando puderem. Trata-se de uma ação individual que impacta no coletivo. Não é hora de adotarmos postura de descrença, baseada em desinformação.

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