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Opinião 5m de leitura

As diretrizes da Londrina que queremos

ATUALIZAÇÃO
23 de novembro de 2023


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Londrina chegará aos 90 anos de emancipação política em 2024 com um novo Plano Diretora para chamar de seu. Espera-se que com a chegada das leis complementares à Câmara Municipal, em movimento finalizado nesta semana, os vereadores aprovem com celeridade, mas sem abrir mão do zelo e do estudo aprofundado das matérias, o escopo das diretrizes que vão definir o planejamento urbano e viário da cidade, bem como seu regramento ambiental, leis de uso e ocupação do solo e o novo código de posturas pelos próximos 10, 20 anos. 

Pensar nossa cidade para um futuro nem tão distante assim é um dever do poder público municipal. O crescimento populacional exige novas demandas e é fundamental que o planejamento leve em conta não apenas os anseios dos mais de 550 mil londrinenses que aqui residem, mas também as próprias transformações sociais e econômicas pelas quais a cidade vem passando.

A Prefeitura aponta que as leis complementares que integram a Lei Geral do Plano Diretor enviadas à Câmara Municipal modernizam a legislação, consolidam legislações esparsas e fazem ajustes pontuais, conforme destacou à FOLHA o secretário de Governo, João Luiz Esteves. E é o que todos esperamos. 

Um dos pontos mais sensíveis envolve alterações o Código de Posturas, daí a natural repercussão que medidas como as que visem regular as regras para abertura de bares na Rua Paranaguá, conforme informado com exclusividade pela FOLHA na edição de quinta-feira (23), provoca na população. Um dos maiores desafios será colocar Londrina na modernidade sem que isso impacte o cotidiano dos moradores e gere conflitos no setor produtivo.

É claro que a diversificação de espaços de lazer deve ser levada em conta em uma cidade com vocação universitária, mas a lei do silêncio no período noturno em áreas residenciais não pode ser ignorada. Conciliar demandas e insatisfações não é tarefa fácil.

A Rua Paranaguá, especialmente no quadrilátero formado entre as ruas Fernando de Noronha e JK, é um caso simbólico  por si só em relação às mudanças de comportamento que culminam na gentrificação urbana . Há alguns anos aquele espaço concentrava apenas prédios residenciais e pequenos comércios. Hoje é considerada a principal via boêmia da região central, o que por um lado aqueceu o setor de bares e restaurantes, e por outro gerou uma enorme dor de cabeça na vizinhança. Está fresco na memória a confusão generalizada ocorrida num dos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2022, em que foi necessária a intervenção das forças de segurança, gerando excessos de todos os lados.

O que a cidade deseja é que as diretrizes traçadas pela atual gestão municipal visando o desenvolvimento e o ordenamento da cidade garantam não apenas um presente saudável, mas um futuro auspicioso aos londrinenses que aqui estão e os que virão. Afinal, a Londrina que fará 89 anos no próximo dia 10 merece chegar aos 100 em pleno vigor. 

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