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Violência contra mulher representa quase 50% dos inquéritos em Jacarezinho

ATUALIZAÇÃO
29 de agosto de 2018

Lais Taine<br>Reportagem Local
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A Delegacia da Mulher do município funciona há quatro anos no mesmo prédio da sede da delegacia de polícia



Dados apurados pela 12ª Subdivisão da Delegacia de Polícia de Jacarezinho apontam que quase metade dos inquéritos instaurados na cidade são oriundos de violência contra a mulher. Neste ano (de janeiro até o dia 27 de agosto) dos 330 processos, 161 são de registros da DM (Delegacia da Mulher), que funciona há quatro anos no mesmo prédio da sede da delegacia de polícia. A falta de estrutura e de efetivo foi apontada como principal fator que impedem melhor atendimento na unidade.

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Segundo a delegada adjunta da 12ª Subdivisão da Delegacia de Polícia de Jacarezinho, Carolinne dos Santos Fernandes, em 2017 foram 205 inquéritos instaurados, mas, de acordo com ela, 95% já foram concluídos. "Acredito que as mulheres têm denunciado mais, inclusive, por conta de políticas públicas e implantação da DM há quatro anos, mas o número seria ainda maior se o atendimento fosse exclusivo", indica.

O atendimento da DM funciona na sede Delegacia de Polícia de Jacarezinho e depende dos funcionários de ambas as unidades para dar conta da demanda. "O primeiro registro quem faz é o investigador de polícia. Só é feito na DM quando é muito grave, como crime sexual, por exemplo. A nossa investigadora segue a agenda do dia de intimações, a gente não consegue atender na hora que a vítima chega, por isso, ela é atendida pelo investigador de plantão, salvo exceções", afirma Fernandes, que também acumula a coordenação nas duas unidades.

A maioria das ocorrências de violência doméstica são de ameaça e injúria. Para registrar o boletim, a mulher tem que ir até a delegacia para ser atendida pelo investigador de plantão. Quando intimada a comparecer, a vítima passa pelos corredores da delegacia até o prédio anexo. "São duas salas no fundo e ela tem que passar no meio da delegacia, onde tem a carceragem. Ela fica constrangida, com medo de alguém falar que esteve lá, se sente acuada. Não é um ambiente acolhedor", afirma a delegada.

Na visão de Fernandes, a separação das unidades seria o mais adequado, no entanto, não depende só de estrutura física. "Não é só prédio, depende de servidores, viaturas. Como não temos isso, não tem como separar. A gente precisaria de pelo menos uma delegada, uma investigadora e uma escrivã. Aqui em Jacarezinho, a gente depende totalmente da estrutura da delegacia comum", aponta.

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