Obra de ampliação custou pouco mas de R$ 149 mil e deve amenizar problema de superlotação da  unidade que abriga 76 presos
Obra de ampliação custou pouco mas de R$ 149 mil e deve amenizar problema de superlotação da unidade que abriga 76 presos | Foto: Polícia Civil/Divulgação


A Cadeia Pública de Carlópolis foi ampliada, ganhando quatro novas celas, que devem gerar mais 39 vagas para detentos. A inauguração ocorreu nesta terça-feira (15). Com 18 camas, a cadeia abriga atualmente 76 presos. O espaço tem gestão compartilhada entre Polícia Civil e Depen (Departamento Penitenciário do Paraná) e está junto com a delegacia da cidade. Na obra foram investidos pouco mais de R$ 149 mil. O montante é oriundo do duodécimo - dinheiro de devolução da Câmara de Vereadores - de 2017.

A edificação durou cerca de quatro meses e foi feita por uma empresa do município, de pouco mais de 14 mil habitantes, que venceu licitação lançada pelo executivo por meio de carta convite, tipo menor preço. Apesar da segurança pública ser uma incumbência do Estado, a prefeitura pôde custear a obra em razão do terreno e prédio estarem em nome do município. "Quando houve esta intenção imaginávamos que haveria impasse e se pensou em fazer convênio. Então ligamos para o Patrimônio do Estado e descobrimos que a área continua em nome do município. Foi possível porque houve esta brecha", destacou o prefeito de Carlópolis, Hiroshi Kubo (PSDB).

A obra de ampliação da cadeia foi resultado de ação conjunta entre o MP (Ministério Público), Justiça, Conselho Municipal de Segurança e polícias Civil e Militar. "A cadeia está acima da capacidade. Com isso gera ameaças de rebelião e a sociedade fica preocupada. Entendemos que este investimento é suficiente para efetuar mais prisões necessárias", avaliou o chefe do executivo. As celas têm parede e piso de concreto armado. Os novos espaço contam, no total, com 78,37 metros quadrados de área construída.

SUPERLOTAÇÃO
Segundo a delegada Silmara Revoredo Pereira, titular da delegacia da cidade, as novas vagas darão um "respiro" para a atual situação da carceragem. "Está extremamente lotada, com presos dormindo no chão ou em redes. Essa demanda foi verificada pelas forças de segurança e Justiça, que constataram a necessidade de ampliação. Tínhamos espaço disponível. Agora poderá acomodar melhor os presos", aponta. Além disso, a ala dará mais segurança para os próprios servidores. "Vai melhorar a qualidade de trabalho pessoal", completa.

DOAÇÃO
Ciente sobre a real situação do terreno onde estão a delegacia e cadeia, o município pretende, nos próximos meses, enviar à Câmara de Vereadores projeto de lei com a cessão da área para o Estado. "Vamos doar para a secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária ou Depen (Departamento Penitenciário do Estado do Paraná). Iremos verificar isto ainda, para que a pasta estadual faça a gestão do lugar", projetou José Alfredo da Silva, procurador-geral de Carlópolis.

EFETIVO
Antes da então governadora do Estado, Cida Borghetti (PP), assinar o decreto que transferiu a gestão das carceragens para o Depen, em novembro de 2018, a cadeia pública de Carlópolis já tinha o gerenciamento do espaço compartilhado. São dois agentes do departamento penitenciário, que se juntam aos quatro investigadores da Civil. "Estamos satisfeitos, mas temos muito a melhorar, como a questão do efetivo. A expectativa é que isso seja aperfeiçoado nos próximos meses, com a Civil podendo se dedicar exclusivamente para a polícia judiciária, que é a função para qual fomos chamados", citou a delegada Silmara Revoredo Pereira.

Com o único escrivão de férias, a delegacia está sem um servidor exercendo a função nas últimas semanas. "Os investigadores trabalham 24 por 72 horas e estou tendo que lavrar o flagrante. Se tivéssemos um escrivão para cobrir férias já iria ajudar. Porém não podemos só reclamar", pondera.

A reportagem entrou em contato com o Depen para saber se há previsão para o órgão assumir por completo a gestão da cadeia de Carlópolis, entretanto até o fechamento desta matéria não obteve resposta. Sobre a nomeação de novos servidores para a delegacia da cidade, a Polícia Civil, via assessoria de imprensa, informou que está sendo realizado "um planejamento estratégico para avaliar a situação de todas as unidades da Polícia Civil" e que esse "estudo irá resultar no plano para definir as demandas por servidores e futuras adequações".