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Imobiliária & Cia 5m de leitura

Selos de compromisso ambiental valorizam edifícios

Certificados que apontam redução do consumo de água e energia e aumento de bem-estar são diferenciais para locação

ATUALIZAÇÃO
04 de fevereiro de 2022

Ana Luiza Tieghi/Folhapress
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Em tempos de políticas de ESG (governança ambiental, social e corporativa) em alta, não basta ser sustentável, é preciso parecer sustentável. Certificações que atestam o bom uso de recursos naturais em construções ganham mais importância para fundos imobiliários e para empresas que precisam escolher seu escritório.

O selo de sustentabilidade Leed, concedido pelo GBC (Green Building Council) Brasil, é o mais utilizado pelo mercado, mas também há outros, como o Aqua-HQE, adaptação de selo francês, concedido pela Fundação Vanzolini (veja abaixo).

"A certificação é a garantia de que aquilo que está sendo alegado foi visto de maneira sistemática por pessoas qualificadas", afirma Manuel Carlos Martins, coordenador do selo Aqua.

 

Além do benefício para a imagem das empresas, a presença de uma certificação de sustentabilidade é indício de que o prédio pode ser mais rentável para investidores, apontam especialistas.

Segundo Roberto de Souza, presidente do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), que presta consultoria para certificação, a redução no consumo de energia e água pode ser de 30% a 40%, o que faz diferença no valor do condomínio.

A economia proporcionada pode ser refletida em uma locação mais cara por metro quadrado. Um estudo realizado em 2014 por pesquisadores da FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou que a presença da certificação era responsável, de forma isolada, por um aumento de 4 a 8% nos valores cobrados pela locação de prédios comerciais corporativos em São Paulo.

Os selos de sustentabilidade chegaram ao Brasil em 2007 e são mais presentes em prédios novos, mas também é possível certificar construções antigas. O que muda é o tipo de selo. Quando o prédio já está pronto, pode tentar um selo de operação, como o Leed operação e manutenção e o ciclo operação da Aqua, que são renováveis.

Ter um prédio certificado exige investimento em materiais com menor impacto ambiental, já que esse item também é analisado, e em tecnologia. Sensores ajudam a quantificar o gasto de eletricidade e água e a avaliar a qualidade do ar, por exemplo.

A automação do edifício ajuda a reduzir o uso desses recursos e adapta o prédio a novas situações, como quando a pandemia começou e boa parte dos funcionários ficaram em casa.

Souza ressalta que as certificações ajudam a criar uma cultura de sustentabilidade dentro da cadeia produtiva da construção, que se vê forçada a inovar para atingir os objetivos de economia de recursos naturais.

A evolução da tecnologia permite que os selos sejam mais exigentes. Um exemplo é o certificado Zero Energy, criado pelo GBC Brasil, para construções que geram toda a energia que consomem.

Como conta Felipe Faria, diretor-executivo da entidade, já são 20 edificações certificadas e há mais 75 em processo para obter o selo.

Além dos certificados de sustentabilidade, há selos específicos sobre o bem-estar e saúde dos ocupantes dos edifícios, como o Well e Fitwell, que ganharam mais atenção com a pandemia.

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