O primeiro dia de funcionamento do comércio em Londrina nesta segunda-feira (20), após o isolamento social para evitar a propagação do coronavírus, atraiu mais pessoas para pagar contas do que para comprar. Pelo menos é o que indica as longas filas em frente de alguns estabelecimentos que oferecem crediário, em contraste com outras lojas vazias no Calçadão de Londrina.

O comércio foi autorizado a retomar atividades por meio de decreto do prefeito Marcelo Belinati (PP), que também estabeleceu regras visando a segurança da saúde tanto de consumidores quanto de funcionários das lojas. O MP chegou a tentar suspender, por meio de liminar, na semana passada, a reabertura das lojas e a retomada da indústria e da construção civil em Londrina, mas o pedido foi negado pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, marcos José Vieira, horas antes do funcionamento dos estabelecimentos.

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O relaxamento das regras prevê funcionamento reduzido, das 10h às 16h, o controle de acesso às lojas e espaçamentos em filas para evitar aglomeração, a exigência de higienização de superfícies e mãos oferecidos pelos lojistas e o uso obrigatório de máscaras.

Na manhã desta segunda, a maioria dos consumidores no Calçadão e na Rus Sergipe, duas das principais vias de comércio de Londrina, usavam as máscaras de proteção. Ambulantes também aproveitam para vender as máscaras aos mais incautos.

Entretanto, a maioria das pessoas no Calçadão permaneciam paradas em filas para pagar boletos, com receio de multas. O presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Fernando Moraes, alerta que não é necessário correr para quitar as contas, porque as lojas não vão aplicar multas por atrasos nos primeiros dias. Ele também ressalta que, apesar do comércio funcionando, as pessoas devem permanecer em suas casas e sair apenas para o essencial, de forma a se precaver contra a Covid-19.

Devidamente amparadas com máscaras nos rostos, as irmãs Talita e Tatiana Miranda da Silva e a amiga Daniela da Silva Teodoro aguardavam pacientemente a entrada em uma de roupas no Centro, para quitar boletos. “Eu acho que ainda não era hora de abrir o comércio. Todas as lojas deviam ser obrigadas a oferecer pagamento on-line, mas não são todas que aceitam”, diz Tatiana, ao explicar o motivo da saída de casa.

Ela afirma que, nas últimas semanas, familiares permaneciam em isolamento e saídas, só para ir ao supermercado. “Esse vírus é coisa séria, basta acompanhar as notícias para ver que é grave”, afirma.