Órgãos empresariais de Londrina, como o Sindióptica (Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico no Estado do Paraná) e o Sincovave (Sindicato do Comércio Varejista de Veículos de Londrina), protocolaram neste final de semana um pedido de abertura de investigação sobre uma decisão "fake" que circulou nas redes sociais e mantinha o fechamento do comércio da cidade.

Imagem ilustrativa da imagem Entidades pedem investigação sobre decisão "fake" de abertura do comércio de Londrina
| Foto: Arquivo FOLHA

O documento falso tem apenas quatro linhas e uma frase de destaque: "Falido se recupera, falecido não! Passando assim as coisas, por obviedade ululante, suspendo a eficácia do decreto municipal", teria escrito o juiz Marcos José Vieira, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública, onde tramita a ação civil proposta pelo Ministério Público de suspensão da autorização dada pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) das lojas reabrirem em horário reduzido a partir desta segunda-feira (20).

Na modificação, foi até usado o brasão do Estado do Paraná, presente em despachos judiciais. De acordo com o advogado Frederico Arnaldo de Queiroz, responsável pela solicitação do procedimento investigatório, a divulgação da montagem trouxe vários problemas. "Queremos apurar quem foi a pessoa, não interessa quem, que cometeu esse delito. Usaram papel timbrado do juiz para provocar um caos. Quem não conhece uma assinatura digital, achou que era verdade", explicou.

As entidades desejam que o autor, se for localizado, seja penalizado por falsificar selo público, crime previsto no Código Penal. Ele também pode responder se for funcionário do Estado. Caso o juiz determine a investigação, a tarefa será do Ministério Público.

O advogado citou uma fakenews recente envolvendo o HU (Hospital Universitário). Uma mulher gravou um áudio que rodou o WhatsApp informando que a unidade "estaria com muitos infectados" e "três crianças entubadas". Ela disse ainda que os servidores estariam escolhendo "quem viveria e quem morreria".

A suspeita foi localizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e se retratou depois de comunicar os detalhes falsos. Ela deve responder uma ação no Juizado Especial Criminal.