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MP vai investigar professor suspeito de sugerir necrofilia

As imagens do episódio, datadas de anos atrás, viralizaram nas redes sociais no início desta semana

ATUALIZAÇÃO
07 de dezembro de 2023

Luis Fernando Wiltemburg - Reportagem Local
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A 12ª Promotoria de Justiça de Cascavel (Oeste) vai incluir em suas investigações sobre a conduta de instrutores do cursinho preparatório para concursos AlfaCon novas imagens em que um dos professores supostamente incitaria o crime de necrofilia, ao descrever como supostamente violar sexualmente mulheres mortas sob a tutela de oficiais da criminalística. As imagens, datadas de anos atrás, viralizaram nas redes sociais no início desta semana e foram repercutidas em noticiários nacionais.

No vídeo, o instrutor Evandro Guedes sugere a prática de necrofilia por parte de peritos, algo que, segundo o vídeo, “vale a pena” porque “a pena é pequenininha”, proprondo ainda o modo de agir do possível abusador. As falas foram proferidas durante uma aula transmitida pelo Youtube em 2019, mas tomaram as redes sociais e a imprensa nacional no início da semana. De acordo com a assessoria de imprensa do cursinho, o vídeo foi retirado do ar “para que nenhuma pessoa mais faça mau uso do conteúdo e em respeito a todos que possam se sentir ofendidos com a colocação“.

Fundador da AlfaCon, Guedes tem uma grande rede de seguidores nas redes sociais. Tinha milhares de seguidores no Instagram, onde fazia postagens de autoajuda e ostentação – a conta, ainda aberta até a terça-feira (5), estava inacessível na tarde desta quinta (7) – e é exaltado em outras comunidades, como a “Fa (sic) Clube Evandro Guedes Of”, com mais de 41 mil seguidores.

O vídeo provocou indignação de internautas. Ao compartilhar o trecho, o deputado federal Matheus Laiola (União-PR) disse que encaminharia ofícios sobre o caso à Polícia Civil e ao MP (Ministério Público). A Polícia Civil informou, na terça, que ainda não havia sido oficiada.

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Já o MP citou, na noite de quarta-feira (6), o inquérito contra a Jafar Sistema de Ensino e Cursos Livres S/A, nome fantasia AlfaCon Concursos Públicos, sediada em Cascavel. Aberto ainda em 2022, o processo investigativo “tem por objetivo apurar as notícias veiculadas na imprensa nacional e em rede social, notadamente sobre as condutas de professores da instituição em cujas falas, feitas durante aulas ministradas pela instituição, há manifesta violação de direitos, preconceito, reiterado discurso de ódio e incitação à prática de crimes”.

A nota enviada pelo MP diz que “o vídeo reproduzido em rede social em 4 de dezembro (com exemplo em aula, ministrada em data bem anterior, de suposta violação sexual de mulher morta) chegou ao conhecimento da 12ª Promotoria de Justiça no dia 5 de dezembro e será inserido no inquérito civil já em tramitação”.

O MP diz ainda que foi marcada uma reunião com os sócios da empresa para janeiro de 2024 para a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para estabelecer o treinamento periódico dos professores da empresa. Além disso, “em razão do dano moral coletivo causado em virtude dos episódios de discriminação e intolerância praticados no âmbito da pessoa jurídica e pessoas naturais investigadas, a destinação de valor para custear e fomentar a realização de campanhas educativas de combate à discriminação e intolerância e/ou projetos sociais com o mesmo foco”.

Por meio da assessoria de imprensa, a AlfaCon disse, na terça-feira, que, “como empresa que respeita o ser humano acima de qualquer coisa, entende a indignação demonstrada nas redes sociais, pois o vídeo foi editado de forma a parecer que o professor em questão era praticante do crime. O que não é verdade”.

De acordo com a assessoria, “o vídeo na íntegra deixa claro que se trata apenas de um exemplo fictício e caricato para ilustrar uma situação do direito penal”.

“O vídeo é antigo, uma aula ao vivo do YouTube que foi retirada do ar para que nenhuma pessoa mais faça mau uso do conteúdo e em respeito a todos que possam se sentir ofendidos com a colocação”, cita a nota, que prossegue: “Ao longo dos nossos 13 anos de existência, mantemos uma firme convicção no poder transformador da educação como impulsionadora da mudança social e da estabilidade financeira.”

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